Os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Rui Costa (Casa Civil) não são as únicas autoridades da Esplanada dos Ministérios com quem o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, se desentendeu nos últimos tempos. Segundo a coluna de Malu Gaspar, no O Globo, Prates vem acumulando divergências com políticos da base governista e, na semana passada, entrou em uma discussão nos bastidores com o presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), Bruno Dantas.
O entrevero, que se tornou objeto de comentários no Palácio do Planalto e na corte contábil, aconteceu por causa da auditoria que os técnicos do TCU estão fazendo sobre o contrato da Petrobras com a fabricante de fertilizantes Unigel, na Bahia e no Sergipe. De acordo com o TCU, o negócio pode causar um prejuízo de R$ 500 milhões à companhia se for adiante.
No final de março, os técnicos do tribunal pediram ao ministro Benjamin Zymler autorização para investigar a possibilidade de fraude na governança da empresa, conforme publicamos no blog na última segunda-feira (1).
Prates não gostou de ver a auditoria exposta publicamente e enviou uma sequência de mensagens ao presidente do TCU acusando o tribunal e seus auditores de vazar informações para difamar a Petrobras.
Dantas, irritado, fez chegar ao presidente Lula a história das mensagens, segundo relataram a colunista auxiliares do presidente da República na quinta-feira.
Na quarta-feira, as mensagens eram ainda conforme a colunista Malu Gaspar, o assunto mais comentado entre os ministros do TCU no intervalo da sessão plenária da corte. Alexandre Silveira e Rui Costa, rivais de Prates no governo, também ficaram sabendo do ruído entre o presidente da Petrobras e Bruno Dantas e não fizeram nenhuma questão de esconder a informação, que circulou na Esplanada como um exemplo do temperamento difícil e da falta de traquejo político do dirigente da estatal no governo.
Para quem está com a permanência no cargo ameaçada justamente pelos constantes atritos com outros integrantes do governo, esse tipo de episódio não ajuda em nada.
Procurado, o presidente do TCU não quis comentar o assunto. A assessoria de imprensa da Petrobras não retornou até a publicação deste texto. O espaço segue aberto para manifestação.