Mesmo após a prisão de Ronnie Lessa, Suel, o ex-bombeiro preso nesta última segunda-feira (24) suspeito de participar das mortes de Marielle Franco e de Anderson Gomes, chegou a pagar mesadas no valor de R$ 10 mil ao sargento da reserva da Polícia Militar do RJ e a Elcio Queiroz.
A informação consta da delação premiada de Queiroz, a qual O Antagonista teve acesso. O depoimento foi prestado em 14 de junho ao delegado Guilhermo Catambry e acompanhado pela advogada Ana Paula de Araújo Fonseca Cordeiro.
Elcio contou à polícia que o dinheiro vinha de uma sociedade entre Lessa e Suel no esquema de Gatonet – esquema de pirataria de sinal de TV por assinatura usado em áreas de milícia no Rio de Janeiro, e máquinas caça-níquel.
“Ronnie falava que como tinha esse dinheiro que vem pra ele todo mês, faz o seguinte… uma parte iria pagar as mensalidades do advogado (que era dois e quinhentos e dois e quinhentos), e o outro você fica pra você pra te ajudar; mas no final o SUEL parou de pagar e falou que não ia dar mais nada”, contou o cúmplice do assassinato de Marielle Franco.
Em determinado momento, com Lessa na prisão, Suel teria decidido não mais repassar ao sócio parte dos lucros do esquema das antenas de TV pirateadas. Élcio, porém, ainda continuou recebendo a mesada por algum tempo.
“No final a gente ficou sabendo que o Suel falou que era dele e que não iria dar mais nada pra ninguém; o Ronnie tá rico, vou dar nada pra ninguém; isso aí é meu; e tipo assim, ele acha que o Ronnie vai ficar preso pra sempre e não precisa de dar nada e acabou; aí vinha o dinheiro da máquina, continuava me ajudando”, explicou o ex-PM.