O presidente da Comissão de Transparência, Governança e Fiscalização e Controle do Senado, Omar Aziz (PSD-AM), disse nesta quinta-feira que investigará o caso envolvendo as joias dadas de presente ao ex-presidente Jair Bolsonaro pela Arábia Saudita. Ele afirma que é preciso saber se as pedras precisas — um colar foi avaliado em R$ 16,5 milhões — são fruto de crime
— Me desculpe, mas não nada nessa história é normal. Um ministro de estado e assessores carregando joias de um país para outro… Uma de R$ 16,5 milhões. Parece que estamos falando de chocolate, mas não é. São joias, uma joia de R$ 16,5 milhões. Fui eleito ontem presidente da Comissão de Fiscalização e é nosso dever investigar e fiscalizar. É uma atribuição nossa — disse o senador a Bruno Góes, do jornal O Globo.
Segundo ele, o primeiro passo será investigar a venda, pela Petrobras, da refinaria de Mataripe, na Bahia, responsável por cerca de 14% da capacidade de refino do Brasil. A planta foi assumida por uma empresa privada — a Acelen, do fundo Mubadala, dos Emirados Árabes Unidos.
— A primeira coisa que vamos fazer é realizar uma investigação a fundo sobre a venda da refinaria da Bahia. Se foi a preço de mercado. Vamos ouvir Ministério de Minas e Energia. Vou também conversar com o presidente do Tribunal de Contas de União (TCU).
A comitiva do ex-ministro de Minas e Energia Bento Albuquerque trouxe dois pacotes com presentes e uma escultura enviados pelo regime da Arábia Saudita em outubro de 2021. Ele permaneceu no comando do ministério de Minas de Energia até maio de 2022.
Uma caixa com relógio e outras peças que entraram no Brasil foi entregue a Bolsonaro em novembro do ano passado, quando o Ministério de Minas e Energia era comandado por Adolfo Sachsida.
A Petrobras autorizou a venda refinaria em março de 2021.