O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), criticou a carta de retratação pública do CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, após o ataque às carnes do Mercosul. “A carta do Carrefour foi muito fraca dado o estrago de imagem que o CEO do Carrefour produziu”, disse Lira, após participar da reunião semanal da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Ele faz referência às declarações de Bompard que sugeriram que a carne do Mercosul não atende os padrões e normas francesas. “É importante não minimizar o que aconteceu”, defendeu.
Na carta enviada ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, o CEO mundial do Carrefour, Alexandre Bompard, se desculpou pela confusão gerada com a agricultura brasileira e reconheceu a qualidade da carne brasileira, mas não informou se o grupo vai retomar a compra de carnes do Mercosul pelas unidades francesas. Há uma semana, Bompard comunicou em suas redes que a varejista se comprometeria a não comercializar carnes provenientes do Mercosul na França, independentemente dos “preços e quantidades de carne” que esses países possam oferecer”, afirmando que esses produtos não respeitam os requisitos e normas do mercado francês.
Em represália à medida, frigoríficos brasileiros suspenderam o fornecimento de carnes ao Grupo Carrefour no Brasil e condicionaram a retomada do fornecimento de produtos ao Carrefour Brasil a uma retratação pública de Bompard.
Lira citou ainda as declarações recentes do CEO do grupo sucroalcooleiro francês Tereos, Olivier Leducq, que se posicionou contra a aprovação do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul sob os termos atuais, afirmando que o texto criaria uma “concorrência desleal”.
“É temerário que o Congresso Nacional, o governo, o Itamaraty não se posicionem mais firmemente. Duas empresas francesas com escalada de narrativas não verdadeiras falando para o mundo”, criticou Lira, mencionando o rigor sanitário da produção brasileira e o Código Florestal Brasileiro. “Não há país no mundo com as reservas ambientais e as terras indígenas que o Brasil tem”, pontuou.