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quarta-feira 10 de janeiro de 2024 às 07:51h

Carta de Exclusividade como facilitador para startups em contratações públicas

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Muitos empreendedores ainda desconhecem a relevância e os benefícios associados à Carta de Exclusividade, uma ferramenta valiosa que pode abrir portas para inovação e oportunidades de negócios com a administração pública. Vamos explorar o que é essa modalidade e como ela pode ser uma alternativa estratégica para empreendedores inovadores.

O Conceito da Carta de Exclusividade:

A Carta de Exclusividade é um documento que atesta a singularidade de um produto ou serviço oferecido por uma empresa, indicando que não existe equivalente no mercado. Esse instrumento se torna particularmente relevante em processos de licitação, proporcionando à empresa emissora um diferencial competitivo ao evitar concorrência direta.

Embora seja menos comum, a Carta de Exclusividade desempenha um papel crucial em situações específicas, servindo como uma garantia importante para empresas inovadoras que buscam oportunidades no setor público.

“Esse mecanismo é fantástico e faz muito sentido para empresas que vendem para o governo. É uma forma de compra que os órgãos não precisam fazer processo licitatório e podem comprar diretamente da sua startup” – Hamilton Junior, CEO, Lovyca.

A Utilidade da Carta de Exclusividade:

Ao possuir uma Carta de Exclusividade, o empresário tem a vantagem de ser dispensado da participação em processos de licitação perante órgãos públicos. Este documento se respalda no artigo 25 da Lei nº 8.666 / 1993, que estabelece a inexigibilidade de licitação quando há inviabilidade de competição, especialmente para produtos ou serviços exclusivos.

Isso é evidenciado pelo fato de que apenas um pequeno número de empreendedores inovadores disruptivos no Brasil está ciente dessa modalidade, que existe há mais de 30 anos. Recentemente, dados do primeiro semestre de 2023 revelam a extensão desse benefício. Compras homologadas alcançaram a expressiva marca de R$ 59 bilhões, sendo que o valor homologado em compras para ME/EPP foi de R$ 17 bilhões totalizando 66 mil processos. Estes números refletem a magnitude e a importância contínua dessa modalidade para o cenário empreendedor brasileiro, demonstrando seu impacto significativo no ambiente de negócios do país. Essa medida legal reconhece a importância da inovação e da singularidade, abrindo espaço para empresas que detêm produtos ou serviços únicos no mercado.

“Nós utilizamos este importante instrumento junto a Brasil Startups, o que nos auxiliou na celeridade no processo de contratação de alguns clientes estratégicos do Governo” – Leonardo Valença, CEO, imMAIL

Novidades na Contratação de Exclusividade e Inexigibilidade: Comparativo entre a Lei 8.666/93 e a Lei 14.133/21

A dinâmica do cenário empresarial brasileiro está em constante evolução, refletindo a necessidade de atualização das leis que regulamentam as relações comerciais. Recentemente, a Lei 8.666/93, que trata das normas gerais para licitações e contratos administrativos, foi substituída pela Lei 14.133/21. Uma das áreas impactadas por essa mudança refere-se à contratação de exclusividade e à inexigibilidade. Vamos explorar as principais alterações e realizar um comparativo entre as duas legislações.

Contratação de Exclusividade na Lei 14.133/21:

A Lei 14.133/21 mantém a possibilidade de contratação de exclusividade, mas apresenta aprimoramentos significativos. O novo texto destaca a importância de avaliar a vantajosidade da exclusividade para a administração pública, levando em consideração critérios como qualidade, preço, prazos e demais condições contratuais. Além disso, a legislação atual ressalta a necessidade de transparência e justificativa clara para a escolha da exclusividade.

Inexigibilidade na Lei 14.133/21:

A inexigibilidade de licitação, prevista no artigo 25 da Lei 8.666/93, também sofreu ajustes na Lei 14.133/21. A nova legislação reforça a possibilidade de inexigibilidade nos casos em que a competição é inviável, especialmente para a aquisição de bens e serviços exclusivos. Contudo, a Lei 14.133/21 amplia o escopo, permitindo a inexigibilidade não apenas para produtos únicos, mas também para aqueles que apresentam características singulares.

Comparativo:

  1. Critérios de Exclusividade:
    • Lei 8.666/93: A exclusividade é mencionada, mas critérios detalhados não são explicitados.
    • Lei 14.133/21: Destaca a necessidade de análise criteriosa da vantajosidade da exclusividade, incluindo qualidade, preço e demais condições contratuais.
  2. Inexigibilidade Al
    • Lei 8.666/93: A inexigibilidade é aplicável a produtos, equipamentos ou gêneros fornecidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo.
    • Lei 14.133/21: Amplia a inexigibilidade não apenas para produtos únicos, mas também para aqueles com características singulares.

Procedimentos para Emissão da Carta de Exclusividade:

A emissão da Carta de Exclusividade é realizada por órgãos credenciados. Nesse documento, devem constar informações como o nome da empresa, razão social, CNPJ, inscrição estadual, além do nome e descrição detalhada do produto ou serviço exclusivo.

O processo de emissão requer a apresentação de documentos específicos, como cópia do contrato social, declaração do fabricante com firma reconhecida, procuração outorgada pelo solicitante e folheto de propaganda do produto/serviço.

A Associação Brasileira de Startups (Brasil Startups) disponibiliza a emissão da Carta de Exclusividade para empresas associadas que atendam a esse perfil.

“A Carta de Exclusividade surge como uma alternativa estratégica para empreendedores inovadores que buscam oportunidades no setor público.Ao compreender a importância desse documento e os benefícios associados, as startups podem explorar novos caminhos para colaboração com órgãos públicos, impulsionando a inovação e contribuindo para o crescimento do ecossistema empreendedor no Brasil.  “ – Samuel Arantes Conselheiro da Brasil Startups

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