O governo quer antecipar o aumento do imposto de importação de carros elétricos a partir do mês de janeiro de 2025. A Câmara de Comércio Exterior (Camex) já tem maioria a favor dessa medida, segundo apurou a Coluna do Estadão.
Integrantes da equipe econômica aguardam apenas uma deliberação diretamente com o presidente Lula da Silva (PT) para decidir sobre a convocação de uma reunião extraordinária da Camex. A Câmara é composta por 10 ministérios. Em nota à Coluna, a Camex disse que o tema está em fase de estudos, sem previsão para deliberação.
A antecipação atende parte da uma demanda da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). A entidade que representa as montadoras no País quer a retomada imediata da taxação a 35%. O imposto voltou a ser cobrado em janeiro deste ano, inicialmente em 10%, subiu para 18% em julho e seguirá no escalonamento até chegar à alíquota cheia em julho de 2026.
A ideia no governo é acelerar a taxação mais alta, mas chegar a um meio-termo deixando um porcentual menor para ser acrescentado posteriormente. O argumento é de defesa da indústria nacional, diante do aumento de mais de 300% nas importações dos elétricos.
Desde setembro, as empresas têm feito alertas em reuniões com o governo, inclusive com a presença de Lula. Alegam prejuízos que a taxação reduzida impõe à indústria nacional, na avaliação do segmento, e reclamam da “invasão” dos carros elétricos asiáticos. Também ressaltam que nos Estados Unidos a alíquota a veículos elétricos importados da China chega a 100%, o que amplia a dinâmica de importações no Brasil.
Abaixo a íntegra da resposta da Camex
O pleito de antecipação do aumento do imposto de importação de carros elétricos ainda está em fase e estudos pela Camex, sem previsão para deliberação.