Canetas idênticas à usada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na cerimônia de posse são encontrados à venda na internet por preços a partir de R$ 7,7 mil. O objeto está no centro de uma polêmica nas redes sociais por conta da autenticidade.
Durante a posse, no Senado, Lula contou ter sido presenteado com o objeto quando concorreu pela primeira vez à presidência da República, ainda em 1989. Trata-se de uma esferográfica branca, com quatro anéis na altura do clipe, outros três perto da ponta e uma assinatura no corpo.
O modelo usado pelo petista tem as mesmas características de uma Montblanc Writers Collection F. Scott Fitzgerald. Mas a empresa alemã lançou este modelo apenas em 2002. O fato não passou despercebido nas redes sociais, onde usuários questionaram a autenticidade da caneta ou uma inconsistência nas datas.
Caneta usada por Lula na posse e a Montblanc Writers Collection F. Scott Fitzgerald — Foto: Sergio Lima / AFP e Divulgação
Procurada pelo GLOBO, a Montblanc confirmou que “a caneta da coleção Writer dedicada ao escritor norte-americano F. Scott Fitzgerald foi lançada mundialmente em 2002”. A fabricante, no entanto, não confirma que o objeto usado por Lula é este modelo autêntico.
A Montblanc Writers Collection F. Scott Fitzgerald foi comercializada em dois modelos: tinteiro e esferográfica. Este segundo seria o que Lula recebeu de presente do piauisense Fernando Menezes, de 68 anos.
Caneta tem uma assinatura do escritor americano Scott Fitzgerald — Foto: Divulgação/Montblanc
“A caneta é projetada após a elegância glamorosa dos anos vinte. Os anéis da tampa e o clipe são de prata esterlina 925 com pena de ouro de 18 quilates e gravação em estilo art déco”, diz a descrição do objeto, no site da Montblanc.
O modelo é encontrado à venda em sites nacionais e internacionais que vendem produtos de segunda mão. Mas o comprador precisa ter cuidado. A empresa alerta em sua página oficial: “CUIDADO, existem milhares de falsificações quase idênticas circulando, todas com o mesmo número de série”.
O GLOBO questionou a presidência da República sobre a inconsistência nas datas, mas até o momento não obteve retorno.