O debate de hoje, no SBT, deverá levar de forma mais acentuada que os anteriores à tentativa dos demais candidatos de tentar quebrar a polarização entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Para isso, devem ser vistas alianças estratégicas entre adversários e divisão de tarefas entre eles para definir quem bate em quem.
Geraldo Alckmin deverá se concentrar em Jair Bolsonaro, mas pelo caminho que tem explorado nos últimos dias: sem agredir o capitão, uma vez que o que ele pretende é conseguir lhe tirar eleitores, mas batendo na tecla de que sua passagem ao segundo turno levaria à vitória de Haddad e à volta do PT ao poder.
Em reunião ontem com aliados e estrategistas, Alckmin ouviu o pedido para que seja mais incisivo. Dizem que ele não poderá ignorar Bolsonaro, como fez nos encontros da Gazeta e da TV Aparecida. Mas também terá de se mostrar um opositor do PT, o que o forçará a chamar Haddad para o embate direto.
Já Ciro Gomes passará a noite no hospital e sua assessoria não sabe se ele irá ao debate. Até terça-feira, sua estratégia era atingir o candidato petista e se mostrar como a terceira via ainda no jogo. Pretendia ressaltar os pontos em que tem fustigado o ex-prefeito de São Paulo: sua inexperiência e o fato de ter sido rejeitado pelo eleitor paulistano, com derrota no primeiro turno, e o “beija-mão” a Lula que ele tem praticado.
Ciro avalia que Bolsonaro é um problema mais imediato para Alckmin e que a tarefa de desconstruí-lo cabe ao tucano e conterrâneo de Pindamonhangaba.
Por Vera Magalhães