O pré-candidato à presidência Ciro Gomes (PDT) foi o convidado do Canal Livre deste domingo (7). Em entrevista aos jornalistas Adriana Araújo, Fernando Mitre e Eduardo Oinegue, Ciro disse que, caso seja eleito, vai realizar uma mudança na governança política do país e fazer da eleição deste ano um debate de ideias.
“Eu eleito, minha primeira providência será restaurar a autoridade da presidência da República, que está destruída. Sem autoridade, não autoritarismo, autoridade. Ter exemplo, impor autoridade aos limites da Constituição aos demais órgãos do estado nacional brasileiro, consertar a baderna institucional que nosso país está mergulhado”.
Sem reeleição
“A reeleição acaba travando o êxito de qualquer presidente porque aqueles que estão lá, até aliados, trabalham silenciosamente, clandestinamente, para não deixar você acertar a mão. Porque se você acertar a mão estará reeleito e muitos projetos são frustrados. Eu vou propor concretamente o que penso fazer, de onde vem o dinheiro, quanto custa para fazer aquilo que pretendo fazer. Eu vou fazer anunciar metas e o Brasil vai ser uma Espanha em 30 anos com metas intermediárias de 5 em 5 anos em todos os setores da vida brasileira”, disse.
Economia
“Porque o Brasil faz 10 anos que não cresce nada? É a primeira vez em 120 anos. Isso é problema de Chico, de Maria, de Manoel? Não, é um problema de modelo econômico, da forma como organizou a institucionalidade fiscal brasileira. Como se cobra imposto, como se distribui a renda pública, dos juros altos. Do outro lado, qual é a solução? Não é possível que a gente imagine que o que está errado no Brasil porque tinha um manual de fazer certo e os caras de Brasília são tão salafrários que fazem tudo errado de propósito. Não é. É que o Brasil tem um corte de classe em que cinco pessoas acumulam a renda de 100 milhões brasileiros mais pobres e eles dão as cartas”, explicou.
Polarização entre Lula e Bolsonaro
“Não nego que há uma evidência e notoriedade de um presidente que é titular e de ex-presidente que está em todas as eleições como candidato ou colocando um preposto desde 1989, sem faltar nenhuma, como se o mundo político de progressista brasileiro tivesse uma liderança que é o Lula. Mas deixe dizer, entretanto, porque recuso essa simplificação. Não é me queixando, é porque ela não responde de fato sobre o que represento ou tento representar na dinâmica brasileira”, disse.