O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta quinta-feira (3) que irá trabalhar com o próximo governo “da melhor forma possível”, dando prosseguimento à agenda de combate à inflação e da promoção da inclusão e da competição no sistema financeiro.
Campos Neto participou de conferência organizada pelo banco Santander em Madri, onde afirmou ainda que o Brasil está “muito dividido” depois do resultado da eleição presidencial de domingo, em que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) derrotou o presidente Jair Bolsonaro (PL) por margem muito pequena.
“No caso do Brasil, é muito perto de 50-50″, disse Campos Neto ao ser questionado sobre a polarização. “Então obviamente você vai ter muitas pessoas que vão estar descontentes, mas essa é a beleza da democracia. Agora temos que trabalhar todos juntos para garantir que vamos crescer, combater a inflação. E temos um Banco Central independente que vai trabalhar com o governo para isso.”
Ele ponderou que em muitos casos no mundo a polarização estimula políticas que não são as ideais para o aumento da produtividade.
Falando sobre a divisão política no Brasil, Campos Neto destacou, ainda, que candidatos identificados com “valores que estão atrelados ao atual governo” tiveram bons desempenhos na eleição a Câmara e Senado.
Sobre inflação, ele afirmou que o fato de as economias avançadas estarem agora focadas no combate à alta dos preços é positivo para o Brasil. “Você cria desinflação e a importação de inflação para o Brasil diminui, então o elemento da inflação global diminui para nós.”