Matérias publicadas nesta terça-feira (16) no jornal Valor Econômico mostram que grupos empresariais contrários ao desenvolvimento da logística ferroviária da Bahia operam para sabotar a licitação das obras da FIOL (Ferrovia de Integração Oeste-Leste), prevista para ocorrer no próximo dia 8 de abril. As reportagens trazem viés contrário à conclusão do trecho entre Caetité e Ilhéus, que já conta com 85% das obras concluídas e é fundamental para que o estado ingresse no mercado de minério de ferro.
“As forças ocultas, que já conseguiram adiar por 10 anos a conclusão da FIOL, dão mais um passo, tentando influenciar a opinião pública e pressionar pela suspensão do leilão. Temos que ver quem tem interesse nisso. Sabemos que Vale e VLI perdem espaço, já que teriam logo de cara uma concorrente no minério de ferro e no modal ferroviário e mais adiante terão concorrência também no transporte de grãos vindos do oeste baiano e do Mato Grosso”, diz o presidente da Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), Antonio Carlos Tramm.
Tramm defende que a diminuição de monopólios vai beneficiar a Bahia. “Com a FIOL, nós vamos ter não só um novo trilho cruzando a Bahia, como vamos ter finalmente concorrência entre duas operadoras, o que será benéfico para as empresas baianas. Nós tivemos 30 anos de estagnação no nosso modal ferroviário, que agora a VLI está tentando controlar por mais 30. Ela devia estar cuidando dos trilhos da FCA na Bahia, que estão abandonados, ao invés de estar lutando contra o nosso desenvolvimento”, diz.
A licitação marcada para o dia 8 de abril é considerada o último entrave para que o trecho 1 da FIOL seja concluído. As obras foram iniciadas em 2011 e já estão mais de 85% finalizadas.