De olho em superar as críticas à postura considerada por opositores como “elitista”, o governador de São Paulo, João Doria, deverá segundo Weudson Ribeiro, no UOL, voltar a se apresentar como o filho de um nordestino que foi exilado pela ditadura militar como estratégia eleitoral este ano.
“A questão da imagem pessoal é o desafio. Ele é um homem de sucesso e tem uma história de luta”, disse hoje ao UOL News o ex-presidente da Câmara dos Deputados, deputado licenciado Rodrigo Maia, que será coordenador do programa de governo do candidato do PSDB à Presidência da República.
O plano, ainda em fase incipiente na campanha do governador, visa não só a atrair eleitores das classes mais pobres (C, D e E), mas também mira no Nordeste, Estado que tem sido o principal reduto eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Doria tem atualmente 4% das intenções de voto e rejeição de cerca de 60% em pesquisas eleitorais. Na avaliação de Maia, os números mostram uma resistência pessoal —e não política— de parte da sociedade em relação ao governador.
“Doria é elogiado por causa de seu governo. A gente vai ter que mostrar que, na política, a gente não está elegendo um amigo —mas sim quem tem as melhores condições para modernizar o Estado brasileiro e reduzir desigualdades”, disse o deputado.
Para se firmar como o principal nome da chamada terceira via na disputa presidencial deste ano, Doria e Maia definiram três eixos para a campanha do tucano este ano.
- o refortalecimento da democracia;
- o compromisso do país com o meio ambiente; e
- a adoção de um novo regime fiscal.
O outro visa às práticas de ESG (ambientais, sociais e de governança) —uma tendência crescente em empresas e governo de todo o mundo, sendo muitas vezes um critério para a realização de investimentos.
Temas historicamente pautados pela esquerda, como desigualdade de gênero e racismo, também terão papel central na agenda.
“Construiremos uma campanha, ouvindo a sociedade. Muitas vezes as ideias preparadas pelos partidos não estão relacionadas ao que a sociedade quer”, afirmou Maia.