Os representantes dos caminhoneiros decidiram jogar para o governo a responsabilidade sobre a paralisação planejada para o próximo segunda-feira, dia 29 de abril. De acordo com o presidente da Confederação Nacional Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, a categoria quer que o governo adote um gatilho de reajuste do preço mínimo do frete, quando houver aumento do preço do diesel acima de 10%.
“A paralisação dependerá do que o governo falar”, disse o sindicalista, pouco antes de ser recebido pelo ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, nesta segunda-feira (22).
Segundo Bueno, o governo não tem conversado com os reais representantes da categoria e que falta diálogo com as entidades.
“Os representantes da categoria não são as pessoas que estão sendo apresentadas, principalmente pelo governo”, disse ele, referindo-se a Wallace Landim, conhecido como Chorão, um dos líderes da greve dos caminhoneiros no ano passado.
Além de Bueno, participam da reunião com o ministro o caminhoneiro Wanderlei Loureiro Alves, conhecido como Dedeco. Ele enfatizou que o governo tem como evitar a greve, adotando em um prazo curto, de dois ou três dias, o reajuste da tabela.
“O governo precisa fazer isso rápido, nos próximos dias. Do contrário, a categoria está unida para a paralisação dia 29″, garantiu.
Nem de carona
Dedeco também reclamou da falta de diálogo com representantes do governo. “Desde que esse governo assumiu, encerrou-se a negociação com os verdadeiros representantes da categoria. Eu mesmo tenho como provar que desde janeiro eu peço uma conversa com o ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e nada”, reclamou. “O governo anda conversando com quem nunca entrou em um caminhão, nem de carona”, enfatizou.