No Conselho de Segurança, enviado das Nações Unidas pediu prioridade à redução da escalada em nível regional; mediador falou ainda da atuação em busca de um acordo entre as partes do conflito e a recuperação do país.
O enviado especial da ONU para o Iêmen disse ao Conselho de Segurança que três medidas imediatas precisam ser tomadas na busca de uma saída para o que chamou de “perigoso ciclo de escalada” no país.
Hans Grundberg afirmou que o caminho para a paz enfrenta agora mais desafios, ao apontar em primeiro lugar que é preciso reduzir a escalada em nível regional.
Preservação dos progressos
Em segundo lugar, o mediador destacou que as partes iemenitas devem acabar “com as provocações públicas internas e abster-se do oportunismo militar” na atual “conjuntura delicada”.
Por último, ele destacou que as partes envolvidas nas negociações sobre o país precisam voltar a concentrar-se na preservação dos progressos feitos até o momento no sentido de se chegar a acordo.
Para Grundberg, as crescentes tensões regionais ligadas à guerra em Gaza e, em particular, à escalada militar no Mar Vermelho, abrandam o ritmo dos esforços de paz. Ele destacou os recentes ataques à navegação comercial pelo grupo rebelde Ansar Allan, conhecido por Houthi, após a eclosão do conflito entre Israel e o Hamas em outubro passado.
Em relação à resposta militar dada a esses atos pelos Estados Unidos e do Reino Unido, o mediador destacou que com “o ataque a instalações de armazenamento de armas, sistemas de mísseis e outros alvos”, as autoridades norte-americanas devem declarar o “Ansar Allah como Grupo Terrorista Especialmente Designado”.
Esforços de mediação no Iêmen
O enviado alertou que por mais que se tenha tentado isolar o processo de paz das dinâmicas regionais mais amplas, a realidade é que os esforços de mediação no Iêmen não podem ser claramente separados.
Grundberg falou da escalada militar no Mar Vermelho como fator que abranda o ritmo dos esforços de paz.
Grundberg ressaltou no Conselho que “o que acontece a nível regional tem impacto no Iêmen, e o que acontece no Iêmen pode ter impacto na região.”
O mediador declarou ainda que é possível alcançar a estabilização política no país, onde “existe uma alternativa convincente ao caminho do conflito e da ruína econômica”.
O enviado destacou ainda que vem atuando em favor de um acordo que permita uma união das partes, negociação das prioridades políticas, econômicas e militares de segurança com efeito na vida dos iemenitas como via de recuperação.