O atual Congresso brasileiro atuou deliberadamente segundo o jornal A Tarde contra o meio ambiente, indígenas e trabalhadores rurais. É o que mostra o o Ruralômetro, ferramenta desenvolvida pela Repórter Brasil que avalia a atuação dos deputados diante da agenda socioambiental.
No levantamento foi apontado que pelo menos 351 deputados federais, ou dois terços da Câmara dos Deputados, estavam votando medidas e elaborando projetos de lei contrários ao meio ambiente, aos povos indígenas e aos trabalhadores rurais.
Os parlamentares em questão presentaram projetos de lei e votaram mudanças legislativas que prejudicam a fiscalização ambiental, favorecem atividades econômicas predatórias, precarizam a legislação trabalhista, dificultam o acesso a benefícios sociais e travam a reforma agrária, dentre outros retrocessos apontados por organizações socioambientais.
“Com a onda bolsonarista de 2018, foi eleito um Congresso mais à direita que os anteriores. E ainda temos um governo anti-indígena e antiambiental, que construiu uma base de apoio no Legislativo com o centrão [grupo de partidos aliado ao governo] e dá reforço institucional à agenda regressiva”, afirmou ao UOL, o cientista político e professor de gestão pública da FGV (Fundação Getulio Vargas), Cláudio Couto.
Dos 20 deputados que mais trabalharam a favor do retrocesso ambiental, 13 pertencem ao PL, mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro. Já o partido com pior avaliação no Ruralômetro é o Novo. Além disso, a atuação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) também serviu para a aprovação de leis contra o meio ambiente.