11 deputados federais eleitos na última semana ocupam uma cadeira na Câmara dos Deputados há mais de duas décadas. De acordo com levantamento, esses parlamentares são parte dos que conseguiram permanecer na Casa um pleito marcado por alto índice de renovação: dos 513 que ocupam uma vaga, 240 obtiveram um novo mandato – menos da metade do total.
Átila Lira (PSB-PI), Átila Lins (PP-AM) e Gonzaga Patriota (PSB-PE) são os deputados com mais mandatos na atual composição da Câmara. Cada um já ocupou o cargo 7 vezes e está há 28 anos no poder. Lins, do PP do Amazonas, emendou os sete mandatos seguidos e foi eleito pela primeira vez em 1991. Já Patriota, do PSB de Pernambuco, e Lira, do PSB do Piauí, iniciaram como deputados em 1987 e passaram quatro anos fora do Congresso desde então.
Outros oito candidatos eleitos nesse pleito ultrapassam os 20 anos de legislatura. Eduardo Barbosa, José Rocha, Arlindo Chinaglia, Ivan Valente, Jandira Feghali, Claudio Cajado, Lauro Lopes e Hermes Picianello já ocuparam o cargo por 6 vezes e completam, em dezembro, 24 anos de atuação na Câmara.
Ainda conforme o G1, o atual deputado Miro Teixeira (Rede-RJ) é o recordista: foi eleito 11 vezes e está há 44 anos na Câmara. No entanto, Teixeira se despede do congresso em 2019. Nestas eleições, ele se candidatou para o Senado do Rio terminou em sétimo lugar, com 3,09% dos votos.
Tradicional x novo
Apesar de estarem há duas décadas no poder, os deputados avaliaram como benéfica a renovação não só na Câmara, mas também no Senado, onde só 8 dos 32 integrantes que buscaram a um novo mandato conseguiram. Para os veteranos, a nova composição será importante para tratar das reformas.
A nova Câmara
O maior índice de renovação da Câmara dos Deputados não se traduz apenas em figruas estreantes na função. A Casa será composta por mais mulheres, mais negros (pretos ou pardos) e menos milionários na próxima legislatura.
As deputadas eleitas saltaram de 51 para 77, que significa um aumento de 51% em relação a 2014. Agora, as mulheres serão 15% da composição da Casa. Uma das deputadas eleitas é Joenia Wapichana, primeira mulher indígena a ocupar uma cadeira como deputada federal.
Embora a porcentagem de autodeclarados pretos tenha se mantido a mesma em relação a 2014, com 4,1% do total, os parlamentares que se declaram pardos subiram de 15,8% para 20,27%. Em 2019, 125 deputados pretos e pardos ocuparão a Câmara.
A maior mudança, no entanto, foi na composição das bancadas dos partidos. Siglas tradicionais da política brasileira, como MDB e PSDB, perderam parte considerável de seus quadros. O PT, apesar de ter perdido 5 cadeiras, ainda é o partido com mais deputados: são 56. O grande salto foi dado pelo PSL, que passou de 1 deputado eleito em 2014 para 52 agora, e é o segundo partido com maior bancada.
Houve, ainda, uma pequena queda no número de milionários a ocupar a Câmara. Apesar de 241 novos deputados ter patrimônio superior a R$ 1 milhão (o que representa quase metade dos representantes), o número apresenta uma ligeira queda em relação ao da última eleição, quando 248 políticos milionários foram eleitos para a Casa.