A Câmara Municipal de Salvador promove, na próxima quinta-feira (3), a partir das 9 horas, no auditório do Centro de Cultura, na Praça Municipal, a terceira audiência pública para discutir o monotrilho do Subúrbio, cujas obras estão empacadas há anos. O debate será realizando num momento em que o governo do estado já admite a possibilidade de cancelamento do contrato do modal, o que levanta ainda mais preocupações sobre o futuro do projeto.
A audiência foi proposta pelo vereador Claudio Tinoco (União Brasil), que ressalta a importância de discutir o assunto, uma vez que, mesmo após quase três anos da ordem de serviço, a obra não avançou e a população do Subúrbio de Salvador segue prejudicada após a desativação dos trens na região.
“Essa audiência é de extrema importância para a população do Subúrbio e de toda a capital baiana, que tem visto as promessas em torno do monotrilho, que o governo chama de VLT, cujas obras não saíram do papel. Precisamos entender os motivos que levaram à paralisação do projeto e essa possibilidade de cancelamento do contrato, mesmo com o governo já tendo gasto cerca de R$ 57 milhões sem que as intervenções fossem realizadas”, destacou Tinoco.
Foram convidados para a audiência representantes do Tribunal de Contas do Estado (TCE), da Procuradoria Geral do Estado (PGE), do Ministério Público estadual (MP-BA), da secretaria estadual de Desenvolvimento Urbano (SEDUR), da Companhia de Transportes da Bahia (CTB) e da concessionária Metrogreen Skyrail, responsável pelo projeto. Além disso, também devem participar representantes das secretarias municipais de Mobilidade (Semob) e de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur).
O vereador Claudio Tinoco afirma ainda que o anúncio da rescisão ou distrato da implantação do monotrilho pelo representante da Procuradoria Geral do Estado na última terça-feira (25), oferece a oportunidade para se debater imediatamente um novo projeto para transporte de massa na região do Subúrbio. O anúncio foi realizado durante sessão do Tribunal de Contas do Estado que discutia o relatório do Ministério Público de Contas que apontou 14 irregularidades no processo e recomendou o cancelamento do contrato.
“O cancelamento deste contrato é exigido não só para reparar todas as irregularidades, mas para oportunizar a reimplantação dos trilhos e a operação de um verdadeiro Veículo Leve sobre Trilhos, de trens, do metrô, ou de um modal mais econômico, integrando o transporte de passageiros e de cargas na região metropolitana e devolvendo a dignidade para os moradores do Subúrbio”, defende Tinoco.