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sábado 29 de dezembro de 2018 às 08:00h

Câmara de Salvador é a mais antiga do Brasil e passará por reformas

DESTAQUE, POLÍTICA


A Câmara Municipal de Salvador surgiu em 1549 e é a mais antiga do Brasil e foi da Casa legislativa que o Brasil começou a ser governado

Casa Legislativa de Salvador passou por modificações arquitetônicas ao longo do tempo, incluindo o período de surgimento (1549), quando foi feita de taipa e coberta de palha.

Agora, o decisivo passo para a revitalização das sedes da Câmara Municipal da capital baiana foi dado na noite desta última sexta-feira (28), no Salão Nobre, com a assinatura do convênio entre a Câmara de Salvador e o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para a recuperação dos imóveis.

A reforma foi viabilizada pela emenda parlamentar do deputado federal Cacá Leão (PP), no valor de R$ 8 milhões, atendendo ao pleito do presidente da Casa, vereador Léo Prates (DEM).

 Urna de prata trazida de Portugal, que é utilizada até hoje pelos vereadores para as votações

As obras têm previsão de conclusão em 12 meses com intervenções no Paço Municipal, Centro de Cultura, e anexos Bahia Center e Rio Lima. Os dois últimos serão unificados, abrigando setores administrativos, gabinetes legislativos e um novo auditório para a qualificação servidores, vereadores e população em geral.

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Ano de 1902

No Paço Municipal, Leo Prates ressaltou a requalificação de toda a parte elétrica, o avanço do sistema de internet, e a viabilização do Plano de Combate a Incêndios, dando mais segurança à Casa Legislativa. “Já fizemos um grande investimento para a melhoria da internet na Casa, mas não foi muito sentido porque o cabeamento é muito antigo. Eu sempre digo que é como se fosse uma Ferrari andando numa estrada de terra. Essa reforma vai permitir corrigir isso. Agradeço ao empenho do deputado federal Cacá Leão e de toda a equipe do Iphan para a concretização dessa obra, que beneficiará toda a nossa cidade”, afirmou.

O Iphan foi representado pela presidente Kátia Bogéa, que fez questão de enaltecer a “parceria permanente com a Bahia preservação do patrimônio cultural”.

A atuação pela preservação do patrimônio histórico de Salvador, independentemente de ideologia partidária, foi defendida por Cacá Leão. “É o nosso papel. É uma reforma que entrará para a história desse Paço. Estou mundo honrado por poder participar e ser o instrumento dessa revitalização”, disse o parlamentar federal.

O secretário municipal de Turismo, Cláudio Tinoco, agradeceu o empenho dos presidentes da Câmara e do Iphan, além da emenda do deputado Cacá Leão para viabilizar as obras. “Quem ganha é a cidade”, elogiou.

Há três meses, a Diretoria Administrativa (Dirad) da Câmara protocolou junto ao Iphan os projetos referentes à reforma dos prédios do Poder Legislativo. A apresentação da documentação foi formalizada pelo diretor-administrativo da Casa, Leonardo Baruch, e pelo engenheiro Leonardo Paes Leme.

História

A atual Câmara dos Vereadores nasceu, em 1549, como Casa de Audiência e Câmara. Na construção original, uma das primeiras da cidade, as paredes eram de taipa e o telhado de palha. Em 1551, foi reconstruída no mesmo local, mas desta vez com pedra, com cal e coberta por telhas. Foi quando passou a ser chamada de Casa da Cadeia e Câmara.Ao longo da história, foram inúmeras reformas, demolições e reconstruções.

Palácio do Governo, 1793 e 1942 / Fonte: Arquivo Histórico Municipal de Salvador/FGM

Em 1660, foi totalmente reconstruída. Em 1696 ganhou uma torre abobadada, uma nova sala de audiência e novas salas de segredo. Em 1795 foi reformada e ganhou uma cadeia, uma enfermaria e uma cisterna. Entre 1885 e 1888, ganhou nova fachada com gradis de ferro entre as arcadas, teve a antiga torre substituída por um torreão e o seu sino foi substituído por um relógio elétrico. Em 1970, época em que abrigava a Prefeitura de Salvador, teve sua fachada novamente reformada numa tentativa de restaurar o estilo colonial original. Foi da Câmara de Vereadores de Salvador que o Brasil começou a ser governado

Patrimônio histórico

A fachada principal é formada por arcadas de pedra de cantaria, que repousam sobre colunas toscanas superpostas por 13 janelas de púlpito com grades de ferro. No centro, acima da portada principal, há uma pequena torre onde está instalado o sino de ferro que foi fundido em 1615.

A planta do Paço se desenvolve em torno de um pátio central, onde foi aberta uma cisterna e colocada escadaria com degraus e corrimões revestidos de mármore.

A escada dá acesso ao Salão Nobre e ao Plenário Cosme de Farias. Os dois espaços têm paredes ornadas por pinturas murais e forro de madeira, dividido em cinco painéis.

O escritor Affonso Ruy conta no livro “História da Câmara Municipal da Cidade de Salvador” que o Paço nasceu sem nenhuma grandeza e serviu de cadeia para recolher os criminosos vindos de toda a capitania.

A obra foi entregue pelo presidente Leo Prates ao deputado Cacá Leão e à equipe do Iphan, durante a solenidade de assinatura do convênio.

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