Já está no ar o site do Butantan dedicado aos ensaios clínicos da ButanVac, a nova vacina do instituto contra a Covid-19 e que começará a ser testada em humanos nas próximas semanas. Publicado no endereço butanvac.butantan.gov.br, o portal traz informações sobre o imunizante e seus diferenciais, a tecnologia empregada para seu desenvolvimento e produção, e informações sobre o estudo clínico, que se chama ADAPTCOV.
O site também orienta as pessoas interessadas em se inscrever para serem voluntárias da pesquisa. É importante ressaltar, no entanto, que esse recrutamento será feito pelos centros de pesquisa responsáveis por cada etapa da pesquisa. Quem quiser participar poderá manifestar seu interesse preenchendo o formulário de pré-cadastro no site da ButanVac. Os dados serão encaminhados aos centros de pesquisa que farão os ensaios clínicos. O usuário, por sua vez, será avisado por e-mail quando as inscrições abrirem, quais são os centros de pesquisa participantes e o que precisa fazer para se inscrever de fato como voluntário.
Como é de praxe nos ensaios clínicos, eles não são conduzidos pelo Butantan (a instituição que desenvolve o imunizante em teste), mas por instituições parceiras. Essa é uma medida que garante a idoneidade e a confiabilidade dos resultados. O Butantan não recruta voluntários para ensaios clínicos de nenhuma de suas vacinas.
No site da ButanVac, também é possível consultar a linha do tempo da articulação entre o Butantan e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) que permitiu a aprovação dos ensaios clínicos. O usuário encontra ainda uma área de perguntas e respostas que ajuda a esclarecer os principais fatos sobre a nova vacina.
A ButanVac vem sendo chamada de vacina 2.0 contra a Covid-19. Sua principal vantagem é que ela será produzida inteiramente no Brasil, já que é desenvolvida a partir da inoculação de um vírus modificado que contém a proteína S do SARS-CoV-2 em ovos embrionados de galinhas – mesma tecnologia da vacina contra a influenza (gripe). Além de ser barata e muito disseminada, especialmente em países emergentes, essa técnica é uma especialidade do Butantan: o instituto produz anualmente 80 milhões de vacinas da gripe usando ovos.
A tecnologia da ButanVac utiliza um vetor viral que contém a proteína Spike do novo coronavírus de forma íntegra. O vírus utilizado como vetor é o da doença de Newcastle, uma infecção que afeta aves. Essa tecnologia foi desenvolvida por cientistas na Icahn School of Medicine de Mount Sinai, em Nova York. A proteína S estabilizada do vírus SARS-CoV-2 utilizada na vacina com tecnologia HexaPro foi desenvolvida na Universidade do Texas em Austin.