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segunda-feira 18 de dezembro de 2023 às 06:16h

“Bruno tem tudo para ganhar no primeiro turno”, diz Carlos Muniz

ELEIÇÕES 2024, NOTÍCIAS


Em entrevista ao jornal Tribuna da Bahia, o presidente da Câmara Municipal de Salvador, Carlos Muniz (PSDB), discutiu o panorama político da cidade.

Confira:

Tribuna: Como o senhor avalia esse primeiro ano de gestão à frente da Câmara e que marca você acredita que já conseguiu imprimir nesse período? 

Carlos Muniz: Primeiro, uma gestão de transparência, é o que eu sempre sonhei com a Câmara. Uma gestão de independência, outro sonho meu realizado. Espero que o Executivo municipal entenda que essa independência é normal para que possamos, juntos, trabalhar para fazer o melhor para Salvador e para todo o povo soteropolitano.

Tribuna: O senhor passou um ano em clima de relativa tranquilidade com os vereadores, tanto de situação, quanto de oposição. Como construiu essa estratégia de diálogo para manter a harmonia dentro da Câmara? 

Carlos Muniz: Ouvindo todos, entendendo o problema de cada um, entendendo que quando a oposição faz uma emenda em qualquer projeto é para melhorar aquele projeto, é para melhorar o que ele acha que vai melhorar na vida do soteropolitano. É entendendo cada um e ouvindo. Com certeza, enquanto eu estiver em frente à Câmara, vou continuar fazendo para que nós possamos ter essa harmonia, não só com os vereadores, mas com todo o Executivo municipal.

Tribuna: Qual a estratégia para 2024? Geralmente em ano eleitoral a produtividade da Câmara tende a cair. Como o senhor pretende conduzir isso junto aos vereadores? 

Carlos Muniz: Vou conversar com todos os vereadores e mostrar a eles que, principalmente no primeiro semestre do ano, temos que nos esforçar para fazer um trabalho para que possamos, quando se aproximar a eleição, dar uma aliviada no trabalho para que possamos fazer, na realidade, a campanha. Mas, no início do ano, teremos um trabalho intenso e conversando com todos para que nós não tenhamos dificuldades.

Tribuna: O trabalho do vereador não se restringe apenas ao plenário. Tem o trabalho nas comunidades, tem a fiscalização do Executivo… 

Carlos Muniz: Vamos continuar ouvindo sempre a todos, vendo a demanda de cada um, vendo o que pode ser feito para que nós possamos fazer um trabalho com harmonia entre todos, como vem acontecendo.

Tribuna: Como alinhar o diálogo e o apoio ao prefeito Bruno Reis, com a manutenção de uma boa relação com o governador Jerônimo Rodrigues? Como o senhor tem conseguido fazer esse equilíbrio de forças? 

Carlos Muniz: Primeiro, com a independência da Câmara. Há pouco eu falei da independência, falei que nós somos fiscalizadores do executivo, nós temos trabalhos não só no plenário, mas trabalhos nas comunidades de Salvador. Entendendo essa independência, estaremos sempre a postos a ajudar no que for necessário para melhorar a vida do povo da nossa cidade. Em relação ao governador Jerônimo Rodrigues, eu votei nele e se fosse hoje votaria novamente, e quero ter a maior harmonia com o poder executivo estadual, pois acho que dessa forma ajudarei ao povo da Bahia.

Tribuna: A condução institucional da Câmara então ajuda a manter uma relação política com o prefeito, mas também de equilíbrio com o governador, presidente? 

Carlos Muniz: Com certeza. Volto a dizer a você, é dessa forma que eu posso fazer algo que venha a ajudar a melhorar a vida do povo de Salvador e o povo da Bahia. Com respeito, com harmonia entre os poderes, com muita dedicação e o que seja necessário, tanto do governador Jerônimo Rodrigues, quanto do prefeito Bruno Reis, a Câmara estará à disposição para fazer o melhor para Salvador.

Tribuna: O senhor migrou para o PSDB e antecipou o seu apoio à reeleição do prefeito Bruno Reis. Com isso, sua amizade com Geraldo Júnior se manteve como antes ou sofreu algum tipo de abalo? 

Carlos Muniz: Não, sem abalo nenhum. Geraldo Júnior continua sendo, como eu sempre disse, um irmão. Mesmo na eleição de 2024, se estivermos em lados opostos, e eu acho que vamos estar, se ele for candidato, principalmente. Mas sem problema nenhum na amizade pessoal. Não tenho compromisso hoje de apoiá-lo, pois não houve o que ele mesmo esperava, um apoio maciço da base dele até o mês de setembro e, infelizmente, eu tive que tomar essa posição e tomei a posição de apoiar Bruno Reis. Não tenho dúvida nenhuma que se Geraldo Júnior for candidato, Bruno não terá dias fáceis, mas tenho certeza de que com o nosso apoio, com o apoio da população de Salvador, Bruno sairá vitorioso e isso eu espero.

Tribuna: No grupo do governador Jerônimo, Robinson Almeida e Geraldo Júnior são os mais cotados para disputar a prefeitura com Bruno. Qual desses dois nomes o senhor considera mais competitivo para a próxima eleição? 

Carlos Muniz: Geraldo Júnior. Conhece mais Salvador, é uma pessoa que foi vereador durante 10 anos, então tem um conhecimento de Salvador como poucas pessoas têm. E para você ser candidato, você tem que conhecer a cidade. Além de conhecer, é uma pessoa que conhece a necessidade do povo de Salvador. E eu tenho certeza de que seria um nome muito difícil de não dar certo, se tivesse o apoio maciço de todos, como o governador Jerônimo Rodrigues teve na sua campanha. Se tivesse o apoio de todos os partidos no momento certo seria uma disputa muito acirrada. Hoje eu acho que não será dessa forma, pois o tempo passou e essa decisão não foi tomada e quanto mais você demora, menos condições você tem de ganhar uma eleição.

Tribuna: Caso Geraldo seja oficializado como candidato a prefeito, existe a possibilidade de o senhor mudar seu apoio de Bruno e marchar com o vice-governador? 

Carlos Muniz: Nenhuma. Pode ter certeza de que fechei com Bruno Reis, meu apoio em 2024 será a Bruno Reis, mesmo se ele hoje não quisesse o meu apoio, eu não teria como voltar atrás. De qualquer forma, Bruno seria o meu candidato.

Tribuna: No primeiro semestre, falava-se que o PSDB estava aberto para o diálogo e poderia até mesmo marchar com o governador Jerônimo. Hoje, o partido está firme na decisão de continuar com o prefeito Bruno Reis. Como o senhor enxerga essa movimentação, já que foi a sua chegada no PSDB que abriu esse diálogo com o governo do estado? O governo perdeu a oportunidade de trazer o partido? 

Carlos Muniz: Na realidade, o PSDB já tinha um compromisso com o prefeito Bruno Reis. Eu que estaria liberado quando entrei no partido para marchar com qualquer que fosse o candidato. Quando tomei a decisão de apoiar o prefeito Bruno Reis, o PSDB ficou satisfeitíssimo com isso. Em relação à aproximação do PSDB com Bruno ou com Jerônimo, Jerônimo não demonstrou interesse na aproximação. Então, infelizmente, para haver uma aproximação tem que ter os dois lados com interesse. Quando ele não demonstrou interesse, infelizmente, o PSDB se afastou. Mas está lá para ajudar no que for necessário, no que for possível nos projetos que venham a beneficiar o povo da Bahia.

Tribuna: O senhor trouxe o presidente do partido, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para abrir o diálogo com o PT. O partido não soube aproveitar essa oportunidade? 

Carlos Muniz: Não. Na realidade, o governador Jerônimo tem uma base muito forte na Assembleia Legislativa e não viu necessidade de ter o PSDB do lado dele. Em um momento em que eles achem que tem essa necessidade, o PSDB conversará e estará próximo para fazer o que for melhor para o povo da Bahia.

Tribuna: O prefeito Bruno Reis é bem avaliado, mas possui muitos erros e acertos. Qual o principal erro e o principal acerto dele nesses três anos, na sua avaliação? 

Carlos Muniz: Bruno tem feito um excelente trabalho, principalmente na infraestrutura da cidade. Eu acho que o maior acerto dele é esse. Ele tem trabalhado muito. Esse ano fez excelentes trabalhos relacionados à saúde, já começou a obra da maternidade municipal, que era um sonho de todo soteropolitano e vai realizar. Eu acho que esses são os maiores acertos de Bruno. O enfrentando do problema do transporte público, que é um problema de décadas, ele chamou para ele, está tentando resolver. E se não fosse o que o prefeito Bruno Reis tem feito em relação ao transporte público, hoje o transporte público estaria um caos e esse caos seria passado para o povo de Salvador, que não pode pagar um preço tão alto como vem pagando com os problemas do transporte público. Acho que o prefeito tomou uma decisão correta nesse sentido, são alguns acertos dele. Quanto aos erros, eu acho que ele tem que trabalhar um pouco mais na questão da educação, principalmente nas vagas de creches que precisam ser ampliadas.

Tribuna: O senhor acredita que o prefeito Bruno Reis chegará forte na reeleição no ano que vem? 

Carlos Muniz: Com certeza. Eu acho que o prefeito tem tudo para ganhar a eleição no primeiro turno. Segundo, pelo que vem realizando pelo povo de Salvador. Ele não tem uma aprovação como tem hoje por beleza, ele tem aprovação porque ele vem fazendo um excelente trabalho e eu acho que tem tudo para dar certo. Eleição não se ganha de véspera. Ele tem trabalhado muito e não pode errar, como o grupo dele errou no passado, achando que a eleição já estava ganha. Eu acho que se ele não cometer esse erro, pode ter certeza de que ele ganhará a eleição no primeiro turno e terá o êxito esperado.

Tribuna: Há muita expectativa para a montagem dos partidos para a próxima eleição. Qual a expectativa do senhor? O prefeito vai conseguir conciliar os interesses de quem tem mandato e de quem está chegando para disputar a eleição? 

Carlos Muniz: Com certeza. Na realidade, ele terá uma média de 8 a 10 partidos para fazer isso, só que ele tem 32 vereadores. Então ele tem que fazer essa equação para que todos esses partidos tenham um vereador de mandato. Pode ter certeza de que isso não diz que pessoas que não têm mandato não serão vereadores no futuro. É uma disputa que, na realidade, terá que se fazer igualitariamente, pois ele tem uma base com 32 vereadores e ele não pode deixar esses 32 vereadores sem essa condição de disputar uma eleição igualitária.

Tribuna: A cada ano há muita expectativa sobre qual vai ser a renovação da Câmara. Já tivemos renovação de 52%, mas muito se fala em uma renovação de 30% no próximo ano. Qual expectativa do senhor? 

Carlos Muniz: Na realidade, eu queria que fosse a menor possível. Isso aí eu não engano ninguém, falo até a Bruno sobre isso. Eu acho que a Câmara hoje está muito bem, quanto menos renovar, para mim, melhor, e acho que também para a população de Salvador. Mas é natural que se renove 30%. Quando foi renovado 52% foi uma eleição atípica, uma eleição em que se tinha muitos vereadores que deixaram de disputar a eleição, muitos vereadores que tinham muitos mandatos e não tinham mais aquele interesse em participar do dia a dia da cidade. Então eles tiveram dificuldade nisso.

Tribuna: O desgaste da gestão João Henrique na época, então, acabou respingando na Câmara? 

Carlos Muniz: Com certeza. Um desgaste muito grande em relação ao executivo municipal naquele período. Isso respingou na Câmara e respingou nos vereadores.

Tribuna: Para finalizar, que mensagem o senhor deixa para a população de Salvador e para as pessoas que vão ler essa entrevista? 

Carlos Muniz: A mensagem de que todos os dias, não só como presidente da Câmara, mas como vereador, nós trabalhamos para melhorar a vida do povo de Salvador. Todo dia eu digo a todos que um legado que eu quero deixar na minha vida pessoal e na minha vida política é a palavra. Então, pode ter certeza de que eu quero lutar todos os dias para que a população de Salvador tenha dias melhores, pois essa cidade é uma cidade que eu amo, que me deu tudo o que eu tenho, me deu minha família, me deu meus filhos. Então pode ter certeza de que o que eu puder fazer para melhorar a vida do povo de Salvador, eu irei fazer e me comprometo com o povo que lutarei para que isso aconteça. E quero aproveitar para desejar a todos, ao final dessa entrevista, que tenham um Natal em família com o maior amor possível entre filhos, pais, mães, todos aqueles familiares que estejam presentes em suas casas e desejar um ano de 2024 muito melhor do que foi 2023, com muita saúde e felicidade para todos.

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