O prefeito de Salvador, Bruno Reis (União Brasil), participou nesta quarta-feira (3) de mais uma reunião da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), realizada no Rio de Janeiro. A entidade reuniu gestores municipais de todo o Brasil para debater a crise no custeio do transporte público, problema que afeta sobretudo as grandes e médias cidades do país. Os participantes insistiram que a saída é cobrar a criação de um plano nacional para o setor, com financiamento federal.
Estiveram presentes os prefeitos de Aracaju, Edvaldo Nogueira, presidente da FNP; do Rio de Janeiro, Eduardo Paes; de São Paulo, Ricardo Nunes, entre outros. Os gestores ainda assistiram a uma apresentação, com dados compilados pela equipe técnica da Frente em parceria com o Fórum de Secretários de Mobilidade, traçando um diagnóstico do transporte público nos municípios, questões sobre o fundo tripartite do setor, medidas legislativas e experiências de sucesso em outros países.
Em sua fala, Bruno Reis destacou que o transporte é o maior problema vivido no momento pelos municípios, mas que tem afetado inicialmente as grandes cidades. E que a saída é insistir na aprovação dos projetos de lei que tramitam no Congresso.
“Cada um aqui, infelizmente, tem um case de insucesso e de problemas inerentes ao transporte público. É fato: a tarifa já não remunera mais o sistema há muito tempo. A realidade do transporte em Salvador, desde que assumi, é de que já enfrentamos uma intervenção, já realizamos a execução direta de uma empresa, mas seguimos enfrentando essa grave crise. Na minha opinião, em 2013, quando houve aquele movimento que parou o Brasil a partir do reajuste realizado em São Paulo, nós à época não tivemos a capacidade de atacarmos diretamente o ‘x’ da questão, que é o financiamento”, completou Bruno.
Segundo os dados apresentados na reunião, houve uma queda generalizada no número de passageiros nos últimos 20 anos. Com a pandemia, a redução aumentou: a demanda hoje está entre 70% e 80% da capacidade de 2019. Por outro lado, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), houve um crescimento dos custos do transporte público bem acima da inflação no mesmo período. Ou seja, maiores custos e queda na demanda, fazendo com que o setor atinja níveis elevados de ociosidade.
“Precisamos continuar trabalhando com questões imediatas, como o Projeto de Lei 4392/2021, que tramita no Senado. Temos que nos unir e pressionar o governo para conseguirmos os recursos prometidos de R$ 5 bilhões para este ano, outros R$ 5 bi para 2024 e mais outros R$ 5 bi para 2025. Temos que achar uma forma de colocar esse debate novamente no calendário do Congresso Nacional, que no momento está estacionado” destacou o presidente Edvaldo Nogueira.