A Sala de Imprensa do Carnaval de Salvador foi inaugurada na manhã desta quinta-feira (16) em homenagem à jornalista Andréa Silva. O prefeito Bruno Reis e a secretária de Comunicação do município, Renata Vidal, participaram da solenidade ao lado da repórter, que cobre a folia no Centro da cidade há 29 anos, sendo 28 na TV Bahia. Eles destacaram, em nome da homenageada, o papel fundamental dos repórteres na divulgação, para todo o mundo, da festa na capital baiana.
“Estamos aqui hoje para inaugurar essa sala de imprensa, que é um reconhecimento ao trabalho dos jornalistas. Não apenas pela cobertura que vão realizar em mais um Carnaval, mas também pelo trabalho feito todos os dias do ano. Convivo diariamente com muitos aqui. Tem jornalistas que encontro mais do que membros da minha família ou da nossa equipe, porque estamos todos os dias nas ruas e os jornalistas estão lá conosco, realizando o papel fundamental de divulgar informações para os cidadãos”, disse Bruno Reis.
Renata Vidal disse que a escolha por Andréa Silva é também um reconhecimento a todas as repórteres. “Estou emocionada de ter na sala de imprensa uma homenagem a uma mulher. Falando não só por mim, mas por todas que estão aqui, digo que Andréa é uma mulher inspiradora, ética, excelente profissional e que já inspirou a todas as colegas de profissão. Obrigado por tudo o que você representa a nós, mulheres jornalistas, e nós, soteropolitanos e baianos. Ter você levando o Carnaval para o mundo é uma honra”, disse.
Andréa Silva, que fez carreira cobrindo o Carnaval do Centro, falou da alegria de ter a sala de imprensa com seu nome no circuito em que sempre trabalhou. “São 29 anos fazendo o Carnaval aqui. Tenho muita honra da minha profissão. Esse Carnaval é especial, porque mata a saudade de dois anos sem essa festa. Essa é uma homenagem muito grande, que já foi feita a Cristóvão Rodrigues, nome fundamental para o nosso Carnaval, e também a Zé Raimundo, que é um dos maiores contadores de história do Brasil e uma inspiração a todos nós”, lembrou.
Montada no Campo Grande, a sala de imprensa funcionará diariamente até terça-feira (21), das 9h às 21h. A estrutura climatizada possui computadores e acesso à internet, além de sala de uma sala para entrevistas coletivas, dando suporte aos jornalistas que cobrem o Carnaval de Salvador.
Biografia
Andréa Silva nasceu em Itabuna e começou a carreira na TV Cabrália, então afiliada do SBT na sua cidade natal. Sete meses depois, já estava em Salvador, onde chegou em 1995 para trabalhar na TV Itapoan. No ano seguinte, 1996, estreou na TV Bahia, onde está até hoje. Já são, portanto, 28 anos presente na tela dos baianos, ao vivo, de madrugada até meio-dia. Mas, às vezes, também à tarde e à noite – os fãs, inclusive, brincam que ‘Déa’ trabalha o dia inteiro e não descansa nunca.
O Carnaval tem lugar especial na trajetória dela. Considerada uma craque das matérias ao vivo, a repórter fez a sua primeira entrada da carreira justamente na folia. Foi na festa de 1995, na Praça Castro Alves, cobrindo o cortejo do Olodum pela TV Itapoan.
“Ficou marcado para mim e nunca vou esquecer. Viver o Carnaval apenas quatro meses depois de chegar a Salvador foi incrível. Eu, mesmo sendo baiana, nunca tinha passado o Carnaval na capital. Foi a minha estreia como repórter de rua da festa e também como admiradora do Carnaval. Me senti o máximo por estar fazendo aquilo que, por tantos anos, acompanhei pela TV”, completa.
Curiosamente, a cobertura da festa no Centro segue como a marca de Andréa até hoje. É lá que a jornalista bate ponto todos os dias pela TV Bahia nos últimos 27 anos. “Eu adoro o Carnaval do Centro. É o circuito com a essência verdadeira do Carnaval. Com aquele folião pipoca que sobe e desce a Avenida Sete o tempo todo, vai à Praça Castro Alves e volta fazendo vários trios no mesmo dia. É o Carnaval que eu amo, porque é o público ali, no chão, de graça”, explica.
“Nunca fui foliã, mas pode ter certeza que eu curto demais o Carnaval. Só que trabalhando. Cobrir o Carnaval para mim é, ao mesmo tempo, brincar o Carnaval. Por isso que eu gosto da rua, de estar no chão. Aquela coisa de subir e descer do trio com microfone, se embolar nos cabos com os colegas, puxar o artista para fazer uma pergunta… Isso é muito vibrante para mim, eu adoro”, conta Andréa.
Outros quadros
Também ficou marcada pelo Quadro dos Desaparecidos, no qual Andréa ouve o apelo de pessoas em busca de parentes que haviam sumido. Está há mais de 10 anos à frente do conteúdo. “Me marcou muito como aprendizado de vida. De entender que mesmo no sofrimento e na dor das pessoas você pode colaborar. Dando voz às pessoas, oferecendo o ombro amigo, trazendo esperança”, diz a repórter.
Mais recentemente, comandou o quadro ‘Minha Vida no Buzu’, no qual fazia entradas ao vivo de manhã cedo dentro de algum ônibus em Salvador. A repórter mostrava o dia a dia dos funcionários e dos usuários, contando histórias de vida e apresentando personagens da capital baiana. “Só na Bahia a gente consegue fazer um quadro desses. O diferencial é a simpatia, a abertura do povo baiano. Em outros estão, não sei se daria”, conta.
Andréa Silva tem 50 anos, é casada com o repórter cinematográfico Ricardo Artner e é mãe de dois filhos. É torcedora do Bahia e admiradora de Santa Dulce dos Pobres.