A nova pesquisa de opinião pública feita pelo Ipec entre 6 e 10 de janeiro revela que saúde, educação e desemprego são as três áreas mais citadas quando brasileiros são questionados sobre os principais problemas da população.
Somadas as três opções de cada entrevistado, a saúde recebeu 62% de menções, enquanto 38% apontam a educação; 37%, desemprego; 34%, segurança/violência; 27%, fome/miséria; e 22%, corrupção.
Segundo Flávio Tabak , do O Globo, mesmo com a escalada inflacionária, somente 13% das menções indicam que brasileiros sofrem mais por causa do custo de vida. Drogas reúnem um total de 15% das citações, enquanto impostos e taxas recebem 9% das respostas.
No entanto, há um otimismo que prevalece na opinião pública sobre a economia daqui para frente. A pesquisa Ipec mostra que 56% preveem melhora no ambiente econômico. Para 18%, tudo ficará igual, enquanto que, para 23%, haverá piora. Moradores do Sudeste, Sul, Norte e Centro Oeste estão muito mais pessimistas. Cerca de um quinto da população de cada estado entende que a economia vai para o buraco. Já nos estados do Nordeste, somente 7% preveem piora, enquanto 71% acreditam em bons ventos econômicos.
Após os ataques terroristas às sedes dos Três Poderes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem dito que quer fazer, com seus ministros, anúncios de políticas públicas o mais rapidamente possível, tanto para trocar a agenda negativa da destruição quanto para dar respostas a essas avaliações da população.
O Ipec também investigou como a opinião pública recebeu os nomes dos novos ministros do governo Lula. A Esplanada tem aprovação de 59% dos brasileiros, em diferentes gradações. Para 8% dos entrevistados, as nomeações para primeiro escalão foram “muito adequadas”, enquanto 27% consideraram apenas “adequadas”. Um quarto da população (24%) demonstrou certo grau de aprovação dizendo que as indicações de Lula são “mais ou menos adequadas”, enquanto um contingente de 33% acha ou “pouco adequadas” (14%) ou “nada adequadas” (19%) as indicações para as 37 pastas do novo governo petista.
Divisão entre evangélicos e católicos
Entre os que mais rejeitam a nova Esplanada estão os evangélicos: 43% deles acham os nomes ou inadequados (25%), o maior percentual entre as avaliações negativas, ou pouco adequados (18%). Entre os que mais gostaram dos ministros estão os católicos: 40% dão sinais positivos, dizendo que o primeiro escalão é muito adequado (9%) ou apenas adequado (31%).
Como mostra o levantamento, a divisão entre católicos e evangélicos, uma das principais marcas das eleições de 2022, continua forte na primeira quinzena do governo. O Ipec também investigou até que ponto os entrevistados se dizem informados sobre o novo Ministério. Enquanto 34% se dizem ou pouco ou nada informados, somam 65% os responderam ter informações sobre as escolhas de Lula, em diferentes gradações.
Eventuais impactos da invasão das sedes dos Três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro, não podem ser avaliados por essa pesquisa, que foi a campo entre os dias 6 e 10 deste mês com 2 mil entrevistas presenciais em 128 cidades. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos dentro de um intervalo de confiança de 95%.