segunda-feira 27 de janeiro de 2025
Brasileiro deportado gastou mais de R$ 170 mil para entrar ilegalmente nos EUA - Foto: Reprodução/TV Globo
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domingo 26 de janeiro de 2025 às 17:32h

Brasileiro deportado diz que gastou mais de R$ 170 mil para entrar ilegalmente nos EUA

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O sonho americano levou o frentista Carlos Vinícius de Jesus, 29 anos, a vender tudo o que tinha e gastar mais de R$ 170 mil para entrar ilegalmente nos Estados Unidos. Só que o que era pra ser um sonho virou pesadelo. Ele ficou oito meses preso na região da fronteira com o México e acabou deportado. De acordo com Perla Ribeiro, do Correio, Carlos faz parte dos 88 brasileiros que chegaram na noite deste último sábado (25), no avião da Força Aérea Brasileira (FAB), no Aeroporto Internacional de Confins, em Minas Gerais.

Natural de BH, ele tinha esperança de conseguir ajudar a família e comprar uma casa para os filhos. Agora, vai precisar recomeçar do zero. “Juntei o dinheiro de minha vida toda, desde os 18 anos. Vendi a moto, a casa, vendi tudo. Eu queria dar uma vida melhor para os meus meninos, porque eles moram de aluguel e eu queria dar uma casa para eles. Queria ajudar a minha mãe também. Eu estava trabalhando só para pagar conta”, disse em entrevista ao G1.

As operações de deportação em massa de imigrantes ilegais nos Estados Unidos tiveram início poucos dias após o início do mandato do presidente norte-americano Donald Trump. Na noite da última quinta-feira (23), 538 pessoas foram detidas e centenas foram deportadas em operação anunciada pela Casa Branca.

Para tentar viver o sonho americano, o frentista mineiro viveu uma longa jornada. Ele saiu de Minas Gerais em maio do ano passado, de lá, seguiu para São Paulo e depois para o Panamá e Guatemala. Do último destino, atravessou de barco para a cidade de Tijuana, no México, onde tentou a travessia.

“Andei a pé mais de oito horas dentro do mato. Depois atravessei um rio e fui preso”, contou Carlos ao G1. Ele ficou preso em San Diego, na Califórnia. Num primeiro momento foram oito dias preso numa “sala do gelo'”, como era conhecida pelos estrangeiros, porque é um ambiente com ar-condicionado muito forte e com temperatura baixa. Mesmo frustrado por não ter conseguido conquistar o sonho pelo qual ele investiu tudo o que tinha para concretizá-lo, Carlos se diz aliviado por estar vivo e de volta ao Brasil. “Graças a Deus estou de volta. É melhor estar vivo do que ter bens materiais”.

Ao longo da campanha presidencial, Trump prometeu conter a imigração ilegal no país, cenário classificado por ele como “emergência nacional”. Logo em seu primeiro dia na presidência dos EUA, o republicano assinou ordens executivas destinadas a impedir a entrada de imigrantes nos Estados Unidos. “A administração Trump deteve 538 imigrantes ilegais criminosos”, anunciou a porta-voz Karoline Leavitt, acrescentando que centenas foram deportados em aviões do Exército norte-americano. “A maior operação de deportação em massa da história está em curso”, disse.

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