O Brasil registrou déficit em transações correntes de 55,668 bilhões de dólares em 2022, o equivalente a 2,92% do Produto Interno Bruto (PIB), segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta-feira, que mostram também um salto no investimento direto feito no país.
De acordo com os dados, os investimentos diretos no país (IDP) ficaram positivos em 90,572 bilhões de dólares em 2022, praticamente o dobro do observado no ano anterior, quando ficou em 46,439 bilhões de dólares. O patamar de 2022 é o maior desde 2012 (92,568 bilhões de dólares).
No último mês do ano, o IDP ficou positivo em 5,570 bilhões de dólares, valor próximo à expectativa no mercado de um número positivo de 5,7 bilhões de dólares.
Com relação ao saldo da conta corrente, o dado de dezembro ajudou a ampliar o rombo do ano, com um déficit mensal de 10,878 bilhões de dólares.
O resultado de dezembro foi muito pior que o déficit de 6,450 bilhões de dólares esperado por analistas em pesquisa da Reuters.
O rombo de 2,92% do PIB em 2022 foi maior do que o déficit de 2,81% registrado em 2021. O dado do ano passado é o pior desde 2019, quando ficou negativo em 3,63% do PIB.
Nas transações correntes, o resultado de 2022 foi puxado pelo déficit de 63,866 bilhões de dólares na conta primária, ante dado negativo de 58,971 bilhões de dólares no ano anterior. Houve déficit de 39,994 bilhões de dólares na conta de serviços e superávit de 44,389 bilhões de dólares na balança comercial.