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sábado 29 de julho de 2023 às 06:56h

Brasil: saiba o que esperar da taxa de juros para o segundo semestre

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A queda da taxa de juros impulsiona a cadeia produtiva e consequentemente os empréstimos para compras no Brasil, favorecendo diretamente toda economia e empresas. As mais afetadas são segundo João Paulo De Andrade, da revista IstoÉ, as empresas dos setores automobilístico, varejista e de construção civil.

Por que os Bancos Centrais acabam subindo as taxas de juros?

Bom, um dos principais motivos é que a taxa de juros é uma das principais ferramentas de controle da inflação.

Na pandemia e no momento conhecido como pós-pandemia, vimos que os Bancos Centrais pelo Mundo subiram suas taxas de juros para tentar controlar a inflação de seus países. Devido à falta de produção desses períodos mais os estímulos na área da saúde, os preços saíram do controle. Gerando assim uma alta inflacionária fora da normalidade.

Quem mais sofre com isso?

Não é novidade que essa alta na inflação afeta diretamente a população mais carente, já que o ganho real do salário se torna menor, e o poder de compra, também. Imaginemos que você ganhe R$ 1.000,00 e com isto você paga suas contas e faz suas compras mensais. Se seu salário segue igual e os preços das contas sobem, você terá dificuldade de consumir as mesmas coisas com o mesmo valor.

Já para as pessoas que possuem maior poder aquisitivo, na maioria dos casos elas possuem renda passiva, com isto conseguem aplicar parte de seus recursos, gerando ganhos com seus investimentos.

Analisando a taxa de juros

Quando analisamos a taxa de juros, não podemos olhar apenas para a inflação, seria uma relação muito simplista. Temos que analisar a macroeconomia, as tendências mundiais de uma possível alta da inflação, índices de desemprego, estabilidade política, consumo social, taxa de câmbio, aprovação das reformas estruturais e déficit fiscal.

Mas você sabia que nós temos a taxa de juros de julho de 2023 em patamares acima do esperado pelo governo e setores da sociedade? Pois é. Alguns motivos explicam: a autonomia total do Banco Central desde 2021, em que o governo não tem mais atuação e não usa mais o Banco Central como política econômica; a insegurança até o momento da reforma tributária e as dúvidas ainda inerentes sobre o percentual do IVA; as incertezas sobre as contas públicas ou responsabilidade fiscal e por último o hiato da perspectiva de inflação futura, analisando cenários de guerra e o fim do acordo de grãos entre Rússia e Ucrânia.

Agora que fizemos uma análise de como a taxa de juros se relaciona com demais indicadores econômicos e com a sociedade, vamos retomar a pergunta inicial do artigo e minha opinião sobre a temática. Em julho de 2023 temos uma taxa de juros de 13,75% ao ano, em que ainda teremos mais 4 reuniões do Copom até o fim deste ano.

Pelos sinais na última ata do Copom e modelo conservador instituído pelo atual presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, eu acredito que finalizamos o ano com uma taxa de juros de 12%.

A taxa de juros ideal seria de 9%, justificada nos 12 meses que tivemos com uma taxa de inflação em 3,16%. Por isso, sabemos que o segundo semestre pode ser mais desafiador, principalmente pela guerra entre a Rússia e a Ucrânia, com sinais de crescimento econômico mundial e diminuição da taxa de desemprego.

Vamos imaginar uma projeção que a inflação acabará em 2023 em 5% , teríamos juros reais de 4%, o que já é considerado alto. Agora em uma taxa de juros em 12% , teremos um juros real de 7%, gerando um impacto positivo para os rendimentos, mas muito prejudicial para o crescimento do país.

Os conservadores podem se submeter a meta de inflação estipulada de 3,25%, com 1,5% de tolerância, o que daria uma meta máxima de 4,75%. Ou seja, no meu cenário estaríamos acima da meta de inflação, mas qual a grande penalização de estourar em 0,25% da meta de inflação versus os efeitos positivos para economia e para a população, que esta baixa da taxa Selic pode gerar? Deixo o questionamento.

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