Empenhado em atrair os olhares de investidores estrangeiros para os projetos rodoviários a serem leiloados neste ano, o ministro dos Transportes, Renan Filho, elencou as principais vantagens do mercado brasileiro. “Modelagem moderna, contratos com segurança jurídica e com boas condições para os investidores, e preocupação socioambiental”, falou a líderes globais do setor nesta terça-feira (12), durante roadshow em Madri, na Espanha.
Conforme o ministro, o Brasil se apresenta hoje como uma economia forte e com grande potencial de crescimento, o que torna o investimento em infraestrutura fundamental. “Um País que se propõe a somar esforços dos investimentos públicos e privados a fim de melhorar sua infraestrutura certamente está vocacionado para o crescimento. Com melhor infraestrutura, melhoraremos a vida das pessoas”, afirmou, a uma plateia formada por cerca de cem executivos de construtoras, operadoras e concessionárias de infraestrutura, além de representantes do mercado financeiro espanhol.
“Somos muitos representativos no que diz respeito à preservação da biodiversidade do planeta, damos excelentes exemplos na geração de energia limpa, na transição energética e seremos vanguarda no hidrogênio verde”, completou o ministro.
A necessidade de intensificar a proximidade entre os países também foi destaque na apresentação. “Para além das relações históricas, há hoje uma sinergia ainda maior entre os governos, o que facilita muito o diálogo. A Espanha tem investimentos no Brasil muito longevos, empresas que estão no país há mais de 70, 50 anos, em áreas diversas, incluindo infraestrutura de transportes. Isso é muito relevante para nós”, disse Renan Filho.
Projetos
Somente para 2024, estão previstos 13 leilões rodoviários, o que representa um aporte de R$ 122 bilhões (aproximadamente € 22,5 bilhões) em recursos privados para melhorias na malha viária federal. Até 2026, a perspectiva de investimentos é de R$ 280 bilhões (cerca de € 52 bilhões), somados os recursos públicos e privados, por meio do Novo PAC.
Entre as concessões deste ano, a BR-040/MG, que liga Belo Horizonte a Juiz de Fora, em Minas Gerais, com leilão marcado para 11 de abril, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), e previsão de R$ 5 bilhões em investimentos nos 30 anos de duração do contrato. Também se destacam a estruturação inédita da BR-364/RO, importante corredor logístico para o fluxo de exportação do Arco Norte – com mais de R$ 4 bilhões em obras previstas; o sistema rodoviário formado pelos trechos das BRs-060/452/GO, a chamada Rota Verde, em Goiás – R$ 4 bilhões em investimentos; e os lotes 3 e 6 das rodovias integradas do Paraná, que somam cerca de R$ 30 bilhões em investimentos e serviços operacionais.
Confira o detalhamento dos leilões previstos para 2024
“Enquanto na Europa e nos Estados Unidos os centros produtivos estão estabilizados há muito tempo, no Brasil ainda há um deslocamento das áreas de produção, que hoje está na região central do país, que é onde estão concentradas as grandes concessões rodoviárias”, explicou o ministro. “Como somos o maior exportador de grãos do mundo, precisamos fazer a produção agrícola sair do centro do Brasil em direção aos portos do Atlântico e, ao mesmo tempo, criar conexões com os portos do Pacífico em outros países”, detalhou.
Diálogo
Após a rodada de negócios com os investidores, a delegação brasileira se reuniu com cerca de 40 empresários de segmentos diversos, em encontro promovido pela Embaixada do Brasil na Espanha e pela Fundación Consejo – España e Brasil, na Casa da América. Novamente, a recolocação do Brasil no cenário internacional impulsionada pela gestão do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e as oportunidades de investimento no País foram detalhadas aos presentes.
O foco da conversa são empresas entrantes no setor e grupos que já têm interesse em investir no Brasil. “O que deixamos muito claro para os acionistas espanhóis é a disposição do governo brasileiro em relação a esses investimentos importantes. Pudemos demonstrar mais claramente, olhando olho no olho, a segurança jurídica das melhorias regulatórias que o Brasil vivenciou desde o ano passado, que estamos aprimorando de forma ainda mais efetiva, sobretudo nas modelagens dos novos projetos de concessões rodoviárias”, explicou o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, George Santoro.
Em 2023, o mercado internacional também foi interlocutor para a definição dos projetos de rodovias e ferrovias, quando a delegação do Ministério dos Transportes desembarcou em Portugal para apresentar o portfólio brasileiro a fundos de investimento, operadoras e concessionárias durante o roadshow Brasil Transport Invest – Portugal, em Lisboa .
Missão
A delegação do Brasil segue em extensa programação na Espanha até sexta-feira (15/3), com uma série de reuniões bilaterais com empresas referências no setor. Entre os interlocutores estão grandes empresas do mercado de infraestrutura espanhol, como os grupos Acciona, Roadis e Abertis.
Um dos objetivos da missão é abrir possibilidades de parceria entre as concessionárias brasileiras e empresas de engenharia com as companhias espanholas, que são líderes no mercado. “Esperamos voltar dessa missão não somente com o compromisso de algumas empresas em participarem dos nossos leilões, mas também de firmar essas parcerias”, completou Santoro.
Também integram o grupo brasileiro na Espanha a secretária nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse; o diretor presidente da Infra S.A., Jorge Bastos; representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT); do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES); e da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR).