O Brasil se destaca como o principal produtor e detentor das reservas de nióbio (Nb), contribuindo com aproximadamente 90% da produção global e detendo 95% das reservas conhecidas. As reservas mais significativas encontram-se em Minas Gerais, Amazonas, Goiás, Rondônia e Paraíba.
Nesse contexto, uma equipe multidisciplinar do Serviço Geológico do Brasil (SGB), do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Mineração (ANM) visitaram, nesta semana, a Mina CBMM, em Araxá (MG), com o objetivo de aprimorar a clareza e a precisão das informações sobre o papel crucial do nióbio no Brasil e sua importância global.
Na ocasião, Valdir Silveira, diretor de Geologia e Recursos Minerais do SGB, explicou que essa visita interinstitucional permite que as instituições governamentais do setor e outros grupos interessados tenham uma visão direta das operações da mina, promovendo transparência por parte da empresa. Além disso, facilita o diálogo entre a empresa e os órgãos de governo para que promovam a colaboração a fim de resolver questões relacionadas com questões geológicas, meio ambiente, segurança, saúde e desenvolvimento sustentável.
E acrescentou “A mina da CBMM em Araxá, de onde se extrai o nióbio, é um excelente exemplo de mineração feita para promover também a colaboração, a educação e a responsabilidade social e ambiental na indústria mineradora, em um modelo para atender a economia de baixo carbono”.
O nióbio é encontrado principalmente em complexos carbonatíticos, que são formações rochosas alcalinas ricas em carbonatos, fosfato, silicatos e que podem conter minerais de nióbio. Considerado um metal raro e de grande valor estratégico, o nióbio é primordialmente empregado em ligas de aço para aprimorar sua resistência, leveza e eficiência energética. Suas aplicações se estendem a supercondutores, na indústria aeroespacial, eletrônica, medicina, entre outras.
O depósito de Barreiro representa o maior do planeta, englobando reservas (provada e provável) estimadas em 527 milhões de toneladas com teor de 2,1% de Nb, bem como é parte do complexo carbonatítico de Araxá, um dos mais extensos do Brasil, com cerca de 83 milhões de anos.
Pelo SGB, a visita também contou com a presença de Guilherme Ferreira da Silva, chefe da Divisão de Geologia Econômica; Júlio Cesar Lombello, gerente de Geologia e Recursos Minerais em Belo Horizonte; e os pesquisadores em geociências Lys Matos Cunha, Isabelle Cavalcanti Corrêa de Oliveira Serafim, André de Menezes Saboia e Márcio Antônio da Silva, além do geólogo residente Jean Carlo Henzel Taglieber e da assistente do Departamento de RH Ludymila Santos Machado.
Outras informações sobre o Nióbio (Nb)
Em 1801, o químico inglês Charles Hatchett descobriu o elemento químico nióbio, inicialmente nomeado colúmbio.
O nióbio possui características químicas e físicas que se assemelham às do tântalo, outro elemento com o qual frequentemente coexiste. Essa semelhança gerou confusões até 1865, quando a distinção entre os dois elementos foi definitivamente estabelecida.
O nome “nióbio” é inspirado em Níobe, personagem da mitologia grega, filha do rei Tântalo.
Rochas Alcalinas no Brasil
As rochas alcalinas brasileiras, originárias de magmas ricos em elementos alcalinos e alcalinos terrosos (como sódio, potássio, cálcio, bário, entre outros), estão presentes em cinco regiões: Amazônica, Alto Araguaia, Alto Paranaíba, Sudeste e Sul.
Essas rochas variam em idade de 2,5 bilhões a 50 milhões de anos, predominando no Mesozoico e no Cenozoico, e são fontes de diversas substâncias de interesse econômico, incluindo nióbio, tântalo, terras raras, titânio e zircônio.