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Grãos de milho após colheita em fazenda no Brasil - Foto: Reuters
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quarta-feira 10 de maio de 2023 às 15:53h

Brasil deve ver aumento de 12% na safra de milho com produtividades em alta

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Com a colheita da segunda safra de milho do Brasil prevista para começar no início do próximo mês, as estimativas de um recorde na produção total na temporada 2022/23 estão se consolidando, apontou nesta quarta-feira pesquisa da Reuters, que indica crescimento de 12% ante o ciclo passado, para 126,7 milhões de toneladas.

A estimativa média, com base em avaliações de 13 analistas e instituições de pesquisa de safra, ficou quase estável na comparação com a projeção de uma sondagem realizada com praticamente as mesmas fontes em março.

Isso apesar de uma redução na previsão de área plantada, por conta do atraso no plantio da “safrinha”, o que indica produtividades em alta, segundo apontaram números da maioria dos analistas ouvidos, que citaram um clima favorável.

“Aumentamos em 2 milhões de toneladas a previsão do milho safrinha no início do mês, refletindo condições muito boas de lavouras, no centro-norte do país e até no Paraná e Mato Grosso do Sul, apesar de um plantio atrasado”, disse o analista Gabriel Faleiros, da S&P Global Commodity Insights.

“Até o momento as condições estão muito boas, estão surpreendendo, vemos potencial de produtividades até maiores, inclusive”, acrescentou ele.

A avaliação é divulgada antes da estatal Conab e do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) atualizarem seus números mensais na quinta-feira e sexta-feira, respectivamente.

Já o Head da DATAGRO Grãos, Flávio França Jr., lembrou que houve uma redução na expectativa de área plantada no milho de inverno em alguns Estados, como Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás, São Paulo e Minas Gerais, por conta do atraso na colheita da soja, o que levou a consultoria a diminuir seus números.

Mas ele concordou que o clima está favorável. “Por outro lado, as condições gerais das lavouras que foram implantadas é positiva.”

Mesmo diante de boas condições, o analista da consultoria AgRural, Adriano Gomes, sinaliza que o número final ainda dependerá de as condições climáticas seguirem favoráveis.

“Apesar do atraso, que foi maior no Paraná e Mato Grosso do Sul, as lavouras de milho estão com ótimo potencial produtivo em todos os Estados produtores. Porém, para que esse número se confirme ou seja superado é preciso que chuvas continuem ocorrendo em maio e até junho em áreas mais tardias”, disse ele.

Gomes, assim como seu colega Faleiros, lembrou que as temperaturas também precisam ser favoráveis no Sul.

Ainda assim, se eventualmente ocorrerem geadas em Mato Grosso do Sul e Paraná, boa parte das lavouras já deverá estar em fases menos suscetíveis, disse Faleiros.

Em atualização de estimativa da segunda safra realizada na véspera, a consultoria Pátria AgroNegócios elevou a previsão de produtividade média para cerca de 5.700 quilos por hectare, o que seria um crescimento de 8,6% na comparação com a safra passada. Com isso, a projeção da “safrinha” indica volume acima de 97 milhões de toneladas.

Na mesma linha, está a HedgePoint Global Markets. “Falando apenas da safra de inverno, estávamos com 94,4 milhões de toneladas nos últimos dois meses e, neste mês, atualizamos para 95,5 milhões. A razão pelo ajuste são boas condições climáticas e de safra reportadas no Mato Grosso e Goiás, principalmente”, ressaltou o analista de Proteína Aninal da empresa Pedro Schicchi.

Margem apertada

Com uma safra recorde, as margens dos produtores estão mais apertadas, uma vez que os preços no mercado interno oscilam nos menores níveis em quase três anos, o que de outro lado beneficia a indústria de carnes, que tem redução de custos com a ração.

Mas o agricultor vai ter de obter boas produtividades para garantir alguma rentabilidade com o milho segunda safra.

Segundo Gomes, da AgRural, nos últimos 30 dias os preços do milho safrinha (com entrega a partir de junho) tiveram queda ao redor de 15 reais a saca na maioria das praças.

“Expectativa de uma boa safra entrando no mercado daqui algumas semanas e baixo índice de comercialização deixou a ponta compradora mais confortável em esperar o milho novo chegar, e comprar apenas lotes pequenos no mercado para suprir sua necessidade momentânea.”

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