País será responsável em 2024 por liderar a Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas; ao assumir o cargo, embaixador brasileiro na ONU destaca respeito à justiça ambiental, inclusão e igualdade de gênero; Sérgio Danese afirmou que pretende fortalecer a colaboração com o Conselho de Segurança.
Na última sexta-feira (2), o Brasil assumiu a presidência da Comissão da ONU para Consolidação da Paz, PBC, no ano de 2024.
Depois de eleito por aclamação para o comando do órgão responsável por apoiar esforços para prevenir conflitos e responder a desafios pós-conflito, o representante permanente do Brasil na ONU, Sérgio Danese, destacou a visão do país para a construção da paz.
Contribuição fundamental das mulheres
O representante afirmou que está cada vez mais evidente que “a paz, a segurança e o desenvolvimento são apenas sustentáveis se bem conectados com o devido respeito à justiça ambiental, inclusão e igualdade de gênero”.
Nesse sentido, o embaixador brasileiro destacou a intenção do país de “continuar se engajando de forma construtiva com os Estados-membros para promover a contribuição fundamental e distinta dada pelas mulheres à paz duradoura em todo o mundo e implementar a agenda da Paz e Segurança das Mulheres”.
“Uma ampla rede de mulheres construtoras da paz é essencial para o sucesso de qualquer processo rumo a uma paz sustentável”, afirmou ele.
Prioridades da presidência brasileira
Danese declarou que as prioridades do Brasil são “o fortalecimento da PBC por meio da ampliação de seu impacto positivo, estimulando o diálogo sobre prevenção de conflitos, reforçando o nexo entre instituições fortes, desenvolvimento sustentável, direitos humanos e paz e segurança”.
Ele disse que pretende fortalecer a colaboração com o Conselho de Segurança, de modo que “a voz da PBC possa ter um papel mais construtivo para fazer avançar a agenda daquele órgão em relação a promoção da inclusão como um pilar central de sociedades estáveis e pacíficas”.
Ao afirmar que “as tensões geopolíticas e as crescentes rivalidades entre as grandes potências estão limitando o espaço para a diplomacia e soluções pacíficas”, o embaixador brasileiro reconheceu que “polarizações e divisões estão prevalecendo sobre a cooperação e o multilateralismo”.
Perante este contexto, Danese disse que o Brasil tem a intenção de coordenar o trabalho dessa Comissão com “a mente aberta e um forte senso de responsabilidade, comprometimento e dedicação”.
Casos de sucesso e boas práticas
O diplomata disse que as “relações amistosas” do Brasil “com toda a comunidade de nações”, agregarão valor a este compromisso.
Segundo ele, a aposta do país será no compartilhamento de histórias de sucesso e de boas práticas com o objetivo de “promover a paz através do exemplo”.
Danese ressaltou a intenção do Brasil de destacar como “Cooperações bilaterais, triangulares e multilaterais já existentes podem ser um poderoso instrumento” para cumprir o mandato da Comissão e produzir “resultados tangíveis em países que tanto precisam deles”.
O representante brasileiro também afirmou que o país quer explorar melhor o apoio à Cooperação Sul-Sul e Triangular.