O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta última quinta-feira (18), em declaração à Jovem Pan, que Flávio Bolsonaro (PL-RJ) não irá disputar a prefeitura do Rio no ano que vem. Mais cedo, em entrevista ao GLOBO, o senador havia reconhecido o interesse de ingressar na corrida municipal, mas ponderou que só o faria se o pai “abraçasse de verdade a campanha”.
“Flávio quer muito a candidatura à Prefeitura do Rio de Janeiro, acredita que pode melhorar a cidade replicando as boas práticas e resultados positivos que conseguimos enquanto fui presidente”, pontuou Bolsonaro à Jovem Pan. O ex-presidente, no entanto, prosseguiu: “Ele foi muito importante no Senado durante o meu governo e preciso dele lá fazendo articulação política e ajudando o estado do Rio de Janeiro”.
Na sequência, Bolsonaro defendeu que o filho seja protagonista na articulação política em diferentes cidades fluminenses. “Nas eleições municipais de 2024, quero ele organizando os palanques nos 92 municípios do Rio, pois o PL (Partido Liberal) tem o projeto de fazer uma grande quantidade de prefeitos e vereadores em todo o Brasil”.
O ex-presidente, porém, ainda não fechou a escolha de uma alternativa ao nome do filho na corrida carioca. “Conversamos e ele vai comunicar ao nosso grupo político no Rio que não será candidato”, frisou. “Vamos escolher o melhor nome para disputar a capital com o nosso apoio”, encerrou Bolsonaro.
Na entrevista ao GLOBO, Flávio foi enfático ao demonstrar interesse na candidatura. Ele chegou a fazer ataques diretos ao prefeito Eduardo Paes (PSD), que disputará a reeleição e deve ser o principal adversário do postulante bolsonarista ao cargo.
— Estou trabalhando para ser candidato. Tenho feito muitas reuniões e visto pesquisas. É importante termos um nome competitivo. A população não vai dar uma quarta oportunidade para quem já teve três e até agora não resolveu os problemas estruturais do Rio. Errar duas vezes é humano, três vezes é burrice e errar uma quarta é Eduardo Paes.
Flávio também lembrou da disputa em 2016, quando amargou o quarto lugar e não foi sequer ao segundo turno, disputado à época por Marcelo Crivella e Marcelo Freixo.
— Ele concordou que eu fosse candidato em 2016, mas tinha preocupação com a situação financeira da Prefeitura. Por isso, não me apoiou de uma forma explícita. Em 2024, eu só serei candidato se Bolsonaro abraçar de verdade a campanha. A palavra final é dele. Hoje tem muito mais chances de ele autorizar a candidatura do que há três, quatro meses.
A expectativa do senador acabou frustrada horas depois. Segundo a Jovem Pan, o martelo foi batido durante uma visita de Jair Bolsonaro ao Congresso na tarde desta quinta-feira, quando ocorreu a conversa entre pai e filho.