Apesar do ambiente de insatisfações na Esplanada e no Congresso com seu desempenho, o presidente Jair Bolsonaro disse a aliados que não pretende trocar o ministro da Economia, Paulo Guedes. Segundo interlocutores, o presidente tem colocado alguns motivos para isso. Primeiro, a expectativa de uma “péssima” reação do mercado quanto a uma saída. Segundo, a provável saída de uma série de outras autoridades da Economia que deixariam seus postos junto com Guedes pois lá chegaram com ele.]
Terceiro, a leitura de que Guedes é diferente de outros ministros que deixaram o cargo, como Sergio Moro (Justiça) e Luiz Henrique Mandetta (Saúde). Isso porque Guedes entrou no projeto eleitoral de Bolsonaro ainda em 2017 e foi determinante para estruturar o programa de governo e para ser o fiador de Bolsonaro junto ao mercado. Moro e Mandetta, ao contrário, só apareceram após as eleições. “O presidente sabe que ele não é um ministro comum”, disse.
A aliados, o presidente disse hoje que só espera que Guedes entregue um novo redesenho do programa Renda Brasil nos próximos dias sem que afete os programas sociais já existentes. Mas que a sua substituição não está no horizonte.
O ministro da Economia, inclusive, já foi avisado segundo a CNN, que permanece no cargo. Nesta tarde, questionado por um aliado se está firme no cargo, respondeu: “Mais firme do que nunca”. Bolsonaro, porém, tem reclamado de alguns auxiliares dele, como o secretário-executivo da Economia, Marcelo Guaranys, e o secretário especial da Fazenda, Waldery Rodrigues. para o presidente, falta-hes sensibilidade política.