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segunda-feira 23 de maio de 2022 às 07:20h

Bolsonaro tenta negociar com ACM Neto

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A cúpula de campanha de Jair Bolsonaro vem debatendo a possibilidade de abrir mão de candidaturas do PL a governador em Minas Gerais e Bahia conforme o jornal Valor, para se reaproximar de candidatos mais fortes nesses dois colégios eleitorais, considerados estratégicos para os planos do presidente de se reeleger.

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e o presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, conversaram nos últimos dias com o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que tentará a reeleição, e interlocutores do ex-prefeito de Salvador ACM Neto (União Brasil), principal nome na disputa pelo governo baiano.

A estratégia, se concretizada, significaria o abandono de dois aliados do presidente que o PL tenta emplacar: o senador Carlos Viana, em Minas, e o ex-ministro da Cidadania João Roma, na Bahia.

Tanto Zema quanto ACM Neto, neste caso, teriam mais facilidades de vencer ainda no primeiro turno. Porém, ambos resistem à possibilidade de dividir o palanque com o Bolsonaro no primeiro turno. Interlocutores de ambos afirmam que não interessa a eles “nacionalizar a disputa” nos Estados. Pesquisas recentes indicam que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) está à frente de Bolsonaro nos dois colégios eleitorais, com folga.

Zema e ACM Neto já foram mais próximos de Bolsonaro, mas se afastaram nos últimos anos. Sem seus palanques, o presidente ajudou a impulsionar as candidaturas de Viana e Roma.

Flávio vem mantendo um diálogo frequente com o governador de Minas mesmo após o governador ter se afastado do pai. A troca de gentilezas entre Bolsonaro e Zema em 30 de abril, na ExpoZebu, em Uberaba (MG), sinalizou a tentativa de Bolsonaro de se aproximar de Zema.

A avaliação de bolsonaristas é que Zema tem uma afinidade ideológica importante com Bolsonaro, que não mudou apesar do estremecimento nas relações.

Do lado do governador, entretanto, a visão predominante é outra. Sua campanha tenta evitar a polarização que existe na disputa presidencial, principalmente depois que o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), seu principal adversário, se aliou ao PT, do ex-presidente Lula.

Já os aliados de Carlos Viana rechaçam qualquer possibilidade de o presidente da República subir no palanque de Zema. De acordo com pessoas próximas ao senador, Zema não teria conseguir reconstruir a boa relação que ambos possuíam na época das eleições de 2018.

Valdemar Costa Neto, por sua vez, recebeu há cerca de dez dias o deputado Elmar Nascimento (União Brasil-BA), político próximo de ACM Neto. Na conversa, Nascimento disse a Valdemar que a possibilidade de aliança em primeiro turno era pequena, por conta da força do ex-presidente Lula na Bahia, segundo apurou o Valor.

O deputado concordou, no entanto, que a retirada da candidatura de Roma aumentaria as chances de ACM Neto vencer a eleição em primeiro turno.

Nesse caso, o político baiano ficaria mais livre para, no segundo turno da eleição presidencial, colar sua imagem à do presidente em um Estado sabidamente lulista.

Roma era chefe de gabinete de ACM Neto antes de se eleger deputado, em 2018. Eles estão rompidos desde que Roma aceitou o convite de Bolsonaro para ser ministro da Cidadania. À época, Neto não queria vincular o DEM, um dos partidos que geraram o União Brasil, ao governo Bolsonaro.

O ex-ministro vem criticando ACM Neto ao longo da pré-campanha. Na semana passada, disse que o ex-prefeito de Salvador não ficou feliz com a sua ascensão política.

“Não sei o que moveu ele, pois coração de homem é terra que ninguém anda. Mas fica muito claro que, apesar de eu ter me dedicado 20 anos por ACM Neto, ele não ficou feliz com minha ascensão na política”, disse a uma rádio local.

Em pesquisas internas do União Brasil, Roma dobra seu desempenho quando tem o nome associado a Bolsonaro a ponto de ameaçar a vitória de Neto em primeiro turno. Interlocutores do candidato do União têm dito que a retirada da candidatura de Roma evitaria “jogar ACM Neto no colo de Lula” no segundo turno.

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