O presidente Jair Bolsonaro tem se mobilizado desde a segunda-feira (1) segundo a Folha de S. Paulo, para evitar que a revelação de que o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) comprou uma mansão de R$ 6 milhões em Brasília possa afetar a popularidade de seu governo.
Segundo assessores palacianos, a ordem repassada a integrantes da equipe ministerial é para que eles evitem comentar o assunto em público, em uma tentativa de afastar o assunto do Palácio do Planalto e do próprio presidente.
A avaliação em caráter privado, no entanto, é de que foi desnecessária e inoportuna a compra do imóvel uma semana após o STJ (Superior Tribunal de Justiça) ter anulado a quebra de sigilo bancário e fiscal do senador no âmbito da investigação do esquema de “rachadinhas”.
A opinião, segundo aliados do presidente, também é compartilhada por ele. É por isso, de acordo com relato feito à Folha, que na própria segunda-feira (1) Bolsonaro e Flávio concordaram sobre a necessidade de o senador divulgar uma nota pública para afastar suspeitas sobre o negócio.
O documento, divulgado nesta terça-feira (2), ressalta que Flávio usou recursos da venda de um imóvel no Rio de Janeiro ´para comprar a mansão em Brasília. Ela salienta que tudo está registrado em escritura pública e finaliza que “qualquer coisa além disso é pura especulação ou desinformação por parte de alguns veículos de comunicação”.
O senador ainda gravou um vídeo para as redes sociais para se explicar sobre o negócio, no qual também fez críticas aos veículos de comunicação. “Eu lamento que a imprensa exponha o endereço onde eu moro e exponha a minha família”, disse.
Apesar da preocupação com o desgaste do episódio, o presidente tem minimizado a assessores e aliados a compra da mansão e repetido que seus filhos são perseguidos pelos veículos de imprensa para prejudicá-lo politicamente.