Assim como o presidente Lula, Jair Bolsonaro (PL) também passou sufoco conforme relembra Igor Gadelha em sua coluna no Metrópoles, para aprovar no Congresso a medida provisória (MP) de reestruturação ministerial no início de seu governo, em 2019.
Há quatro anos, quando enviou ao Congresso sua MP com a estrutura da Esplanada dos Ministérios, Bolsonaro viu o então presidente da Câmara, Rodrigo Maia, adiar a votação da proposta.
Na ocasião, aliados de Bolsonaro tentavam devolver o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) para o Ministério da Justiça, comandado à época por Sergio Moro.
Para ganhar tempo, parlamentares bolsonaristas pediram ao presidente da Câmara a apreciação de outras medidas provisórias antes da MP da reestruturação ministerial.
Irritado, Maia avisou diz Igor Gadelha, que pautaria outras cinco MPs antes e que teria de se articular para aprovar a da reestruturação ministerial. A reforma acabou votada pela Câmara em 21 de maio, 13 dias antes de caducar.
A história se repete na relação entre Lula (PT) e Arthur Lira (PP-AL). Como mostrou a coluna, o atual presidente da Câmara avisou o petista que a MP deverá ser a “última chance” dada ao governo.
Com isso, a reforma ministerial de Lula deverá ser votada nesta quarta-feira (31), um dia antes de perder sua validade, o que forçaria o petista a retomar a estrutura vigente no governo Bolsonaro.