Enquanto senadores governistas protagonizam embates duros com o relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), o governo tem feito gestos na tentativa de criar um canal de diálogo com o senador e o MDB.
Após ligar para o filho de Calheiros e governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), na última semana, o presidente Jair Bolsonaro fez uma visita segundo o G1 ao ex-presidente da República José Sarney na terça-feira (27).
“Foi uma tentativa do presidente de quebrar o gelo e abrir um canal de interlocução com o partido”, afirma o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM).
Apesar do esforço presidencial, Braga avalia que o impacto desse movimento não será materializado de forma efetiva e imediata na CPI. As iniciativas, até o momento, não convencem a cúpula do partido.
Em entrevista à GloboNews nesta sexta, Renan Calheiros destacou os sinais contraditórios emitidos pelo governo – ora tentando evitar sua indicação, ora sinalizando vontade de diálogo.
“Acho que são sinais trocados, evidentemente. Mas essa conversa com o presidente Sarney, o telefonema para o governador de AL são simbólicos também e demonstram, por outro lado, a possibilidade de que essa CPI avance com absoluta isenção”, afirmou o senador.
“Agora não sou mais o relator do presidente Omar Aziz, sou o relator da CPI, depois de duas decisões da Justiça, uma do STF, nunca tivemos dúvida com relação a isso porque a jurisprudência da suprema corte era farta com relação a isso”, prosseguiu.