quinta-feira 21 de novembro de 2024
Home / POLÍTICA / Bolsonaro repete Lula, Dilma e Temer e omite encontros de agenda oficial da Presidência
sexta-feira 17 de maio de 2019 às 08:03h

Bolsonaro repete Lula, Dilma e Temer e omite encontros de agenda oficial da Presidência

POLÍTICA


No início do mandato, Jair Bolsonaro promoveu encontro, no gabinete presidencial, com os sócios da futura rede televisiva CNN Brasil. A audiência não havia sido divulgada na agenda presidencial, apesar de ela ter sido noticiada no dia anterior.

No final do encontro, o presidente posou com os executivos da emissora para uma fotografia, que minutos depois foi divulgada por veículos de comunicação. Ainda assim, o Palácio do Planalto só registrou a reunião horas depois, após ser questionado oficialmente.

O episódio não é prática incomum na gestão atual. Apesar de ter sido eleito com o discurso da mudança, Bolsonaro tem repetido a postura de antecessores, como Michel Temer, Dilma Rousseff e Luiz Inácio Lula da Silva, na falta de transparência na divulgação de compromissos oficiais.

Na terça-feira (14), por exemplo, o presidente almoçou com o apresentador de TV Carlos Massa, o Ratinho, em uma audiência combinada no dia anterior. Mesmo assim, a reunião só foi incluída na agenda pública no meio da tarde, apesar da previsão do encontro ter sido entregue pela manhã à portaria do Palácio do Planalto.

Em março, o presidente também não registrou na agenda pública, por exemplo, sua presença na pré-estreia de um filme religioso e em uma conferência evangélica, ocorridas durante horário de expediente, e em uma festa de aniversário de um deputado federal, em uma churrascaria de Brasília.

O registro tardio de agendas de governo também tem ocorrido em pastas ministeriais. Em fevereiro, o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, almoçou em um restaurante, na capital federal, com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Dias Toffoli.

O encontro só foi publicado oficialmente pela Casa Civil quando a reunião já tinha começado e os veículos de imprensa estavam no local. A pasta não divulgou, porém, nem o restaurante nem a razão do almoço. Na agenda de Toffoli, foi registrado pela manhã de maneira genérica, sem detalhes.

No início de abril, o ministro da Economia, Paulo Guedes, se reuniu com artistas e esportistas na capital paulista. O local do encontro, contudo, só foi registrado posteriormente. A pasta alegou que se tratava de uma “questão de segurança”.

Em seus mandatos, tanto Temer como Dilma e Lula omitiram reuniões de suas agendas oficiais. O emedebista, não registrou, por exemplo, encontro com o empresário Joesley Batista, que gravou toda a conversa. O diálogo baseou denúncia contra o presidente oferecida pelo então procurador-geral Rodrigo Janot.

Em 2015, durante viagem a Portugal, a petista teve um encontro fora da agenda com o então presidente do STF Ricardo Lewandowski, em momento no qual se discutia um reajuste ao Poder Judiciário. Ela também não registrou audiência, no mesmo ano, com o então presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Diosdado Cabello.

Lula, por exemplo, anunciava um compromisso na agenda oficial e cumpria outro no mesmo horário. Fez assim diversas vezes quando oficialmente estaria em expediente no Palácio, mas, na verdade, estava em uma produtora independente na gravação de programas eleitorais para o PT.

Para driblar a imprensa, Lula mantinha hasteada uma bandeira com o brasão da República nos Palácios da Alvorada e do Planalto -esse é um sinal de que o presidente está no local. Mas o petista ignorava o símbolo para fugir do assédio dos jornalistas em outros pontos de Brasília.

Apesar de especialistas em regras de acesso à informação defenderem a transparência na agenda de autoridades públicas, não existe previsão legal que obrigue a publicidade de compromissos e encontros do presidente e do vice-presidente.

O Código de Ética da Presidência da República prevê a divulgação da “agenda de reuniões com pessoas físicas e jurídicas” com as quais o servidor público se relacione funcionalmente, mas a regra não cabe ao presidente. A Constituição Federal prevê o princípio da publicidade, mas não especifica a questão das agendas presidenciais.

Veja também

Débora Regis está na Europa conhecendo projetos para implantar em Lauro de Freitas

Os prefeitos das 14 cidades acima de 200 mil habitantes eleitos pelo União Brasil estão …

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

error: Content is protected !!