O ex-ministro da Economia, Henrique Meirelles, afirmou que a regra do teto de gasto foi violada e deixará de ser eficaz com as mudanças negociadas pelo governo Bolsonaro com o Congresso para gastar mais no ano eleitoral de 2022. “Eles alteraram, criaram outro teto”, disse Meirelles ao jornal O Estado de S. Paulo.
“Estou vendo uma volta para trás. Um retrocesso do País. Um País que fez um esforço grande para voltar a crescer.”, disse Meireles, que é considerado o ‘pai do teto de gasto’.
“Se não se quer tomar as medidas necessárias para cortar despesas, quer voltar ao período da recessão que o Brasil entrou. A vantagem do teto é ser rígido e não dar espaço para manobra, interpretação, discussão subjetiva que acabou se instalando. Quando ele foi estabelecido, o Brasil estava numa recessão brutal por razão puramente fiscal, com um crescimento das despesas e da dívida pública insustentável.”, continuou.
Para Meireles, Bolsonaro só está pensando na releição. “Certamente. Não há dúvida. Ele está agindo no curto prazo, tentando ganhar no ano que vem a qualquer preço. Mas o que digo é que os efeitos negativos podem superar a distribuição desses R$ 30 bilhões (do Auxílio Brasil fora do teto).