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Pazuello e Bolsonaro: a popularidade começou a preocupar o presidente, que pressiona o ministro pela vacina Evaristo Sa/AFP
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quinta-feira 18 de março de 2021 às 10:48h

Bolsonaro procura um cargo no governo para encaixar Pazuello

NOTÍCIAS, POLÍTICA


Desgastado por seguir à risca a política presidencial para a gestão da pandemia, o general de divisão Eduardo Pazuello virou segundo o jornal Correio Braziliense, um problema para o presidente Jair Bolsonaro com a futura saída dele do Ministério da Saúde — pasta que passará ao comando do cardiologista Marcelo Queiroga. Os generais de quatro estrelas não se mostram lá muito satisfeitos em ver um três estrelas em um cargo como a Secretaria de Assuntos Estratégicos, para a qual está cotado. Também não há lugar de destaque para Pazuello no Exército. No Planalto, entretanto, considera-se necessário dar abrigo ao general para que mantenha o foro privilegiado, pois responde a inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por causa da gestão da crise sanitária. Nesse sentido, líderes próximos a Bolsonaro consideram que está difícil fechar essa equação.

Aos 58 anos, Pazuello resiste conforme a publicação, para passar a reserva e quer terminar seu período segundo o jornal como general de divisão apenas ao completar a idade-limite, de 64 anos. Embora alguns generais defendam que ele vá para a reserva, seus colegas de quatro estrelas não vão enxotá-lo da Força. Afinal, neste período da pandemia, Pazuello cumpriu a missão mais difícil: coordenar a gestão da crise sanitária de um governo que, na maior parte do tempo, agiu como se a tragédia não existisse.

Fidelidade

Amigos de Pazuello dizem que ele seguiu à risca tudo o que foi pedido pelo Planalto na gestão da Saúde. O próprio Bolsonaro reconhece isso. Tanto é que, nos últimos dias, fez questão de deixar claro que Pazuello termine as providências que adotou em relação às vacinas, como a viagem ao Rio de Janeiro para receber os dois milhões de vacinas da Fiocruz. Além disso, colocou o ministro na conversa com a médica Ludhmila Hajjar, que, sondada, recusou assumir o Ministério da Saúde. O chefe do Executivo ainda divulgou que a troca na pasta era para colocar no lugar um médico que pudesse conversar de igual para igual com outros profissionais da saúde que dominam as secretarias estaduais.

Dentro do governo, há o reconhecimento de que, se o país até agora só vacinou 5% da população, a culpa não pode ser atribuída a Pazuello. Porém, ninguém vai jogar a conta em Bolsonaro. A avaliação é de que as circunstâncias da falta de vacinas no mundo provocaram essa situação.

Mas há um problema: politicamente, o ministro é acusado de má gestão e, diante das 6.045 mortes registradas nesses últimos três dias, alguém no governo federal levará sua parcela de culpa. Com a intenção de proteger o presidente, o desgaste sobrará para Pazuello, enquanto o sucessor ficará com o papel de tentar salvar a pátria.

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