O canal do presidente Jair Bolsonaro pode ser removido do YouTube se receber 3 avisos de violação, de acordo com as diretrizes da plataforma.
Nesta última segunda-feira (25), um vídeo com mentiras sobre a relação entre vacina da Covid e Aids foi removido do perfil de Bolsonaro. O g1 diz que apurou que o canal ficará suspenso por uma semana, o que impede a publicação de novos vídeos e transmissões ao vivo.
A ação do YouTube aconteceu depois de o Facebook retirar do ar publicação com o mesmo conteúdo falso. Por sua vez, o Twitter sinalizou post de Bolsonaro que leva a vídeo com a mesma mentira, mas manteve link no ar.
Entenda como são as regras do YouTube
- 1º alerta: um canal recebe um alerta se descumprir uma regra das diretrizes pela primeira vez. A plataforma havia enviado este tipo alerta a Bolsonaro em julho, que não resultou em suspensão direta do canal. O alerta é feito apenas uma vez.
- 1º aviso: com a remoção da live com a mentira sobre vacina e Aids nesta segunda, ele recebeu o primeiro aviso (strike), termo que o YouTube usa para indicar que a medida resultará em uma punição para o canal. Isso impede um canal de realizar ações como enviar vídeos e fazer transmissões ao vivo durante uma semana.
- 2º aviso: caso volte a violar as diretrizes dentro de 90 dias desde a primeira ocorrência, o canal de Bolsonaro receberá um novo aviso e a punição será em dobro: duas semanas sem poder publicar.
- 3º aviso: ao fazer uma nova violação e receber três avisos em um prazo de 90 dias, o canal será removido permanentemente do YouTube.
O prazo é contato sempre a partir do dia de cada aviso, ou seja, cada um deles leva 90 dias para expirar. Excluir o conteúdo não remove o aviso, e o YouTube pode emitir avisos das diretrizes da comunidade para conteúdos excluídos.
Nos Estados Unidos, Donald Trump foi suspenso por tempo indeterminado do YouTube. O bloqueio aconteceu alguns dias depois de apoiadores do ex-presidente dos EUA invadirem o Capitólio.
O que fica restrito após a violação
Nos dois primeiros avisos, quando ainda são aplicadas apenas sanções temporárias, o canal fica impedido de fazer as seguintes ações:
- enviar vídeos, Histórias ou fazer transmissões ao vivo;
- criar miniaturas personalizadas ou postar na Comunidade;
- criar ou editar playlists e adicionar colaboradores a elas;
- adicionar ou remover playlists da página de exibição usando o botão “Salvar”;
- exibir um trailer nas suas Estreias;
- direcionar espectadores de uma transmissão ao vivo para uma Estreia ou vice-versa.
Quais tipos de ação são consideradas violações
No caso do canal de Bolsonaro, a violação ocorreu por desrespeitar as regras sobre desinformação médica relacionadas à Covid. No entanto, a lista envolve outros tipos de violações. Veja quais são:
- Spam e práticas enganosas.
- Conteúdo sensível (nudez, conteúdo sexual e outros).
- Conteúdo violento ou perigoso.
- Venda de produtos não regulamentados.
- Desinformação (em eleições, relacionadas a Covid, vacinas e outros).
Veja comunicado do YouTube, na íntegra:
“Removemos um vídeo do canal de Jair Bolsonaro por violar as nossas diretrizes de desinformação médica sobre a COVID-19 ao alegar que as vacinas não reduzem o risco de contrair a doença e que causam outras doenças infecciosas.
As nossas diretrizes estão de acordo com a orientação das autoridades de saúde locais e globais, e atualizamos as nossas políticas à medida que a orientação muda. Aplicamos as nossas políticas de forma consistente em toda a plataforma, independentemente de quem for o criador ou qual a sua opinião política”.