Após a derrota sofrida no Senado nesta semana, o presidente Jair Bolsonaro fez apelo à população para que pressione os deputados a manter a vigência dos decretos que flexibilizam as regras para o porte de armas no País. Em transmissão ao vivo pelo Facebook, ele afirmou “ter certeza” que a Câmara reverterá a decisão tomada pelos senadores, que aprovaram a derrubada dessas normas.
“O Senado, há poucos dias, deu um cartão vermelho ao nosso decreto das armas, mas eu acredito que a Câmara vai reverter essa situação na semana que vem”, disse Bolsonaro. O tema deve ser pautado diretamente no plenário da Casa na terça ou na quarta. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), já sinalizou que a proposta também enfrenta resistência entre deputados. O jornal Estado de SP selecionou respostas para perguntas frequentes sobre o tema.
“Antes que falem que estou interferindo no Legislativo, deixo claro que é comum comparecer deputado e senador me procurando para que eu vete algum dispositivo. Da minha parte agora, também estou pedindo para os deputados que não acolham o decidido pelo Senado. Isso é democracia. E pedindo para que você, eleitor, cidadão, procure também seu deputado.”
De acordo com Bolsonaro, os parlamentares não explicam claramente os motivos para serem contrários aos decretos. Quem está contra as medidas, de acordo com o presidente, “é MST, o PT, PCdoB”.
Ele chamou ainda a Lei do Feminicídio (homicídio que envolve violência doméstica e familiar e menosprezo ou discriminação à condição da mulher) de “leizinha”, ao indicar que uma arma é mais eficaz. “Você, proprietário rural, mulher do campo também, poxa. Ou você quer ter a ‘leizinha’ do feminicídio para mostrar a todo mundo? Vale a pena, a Lei do Feminicídio é bem-vinda, ninguém é contra não. Mas entre um pedaço de papel e uma arma na sua propriedade, que é sua, você tem o direito de andar armado em toda a sua extensão com a posse de arma”, defendeu Bolsonaro.
O presidente reafirmou ainda que as medidas foram pensadas para dar o direito à legítima defesa para as pessoas e que ele está cumprindo o que foi decidido pela população no referendo sobre o tema realizado em 2005. “A vontade da população tem que prevalecer e tenho certeza que deputados vão seguir os interesses da população”, disse.