O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) segue internado em um hospital de São Paulo, para tratamento de um quadro de erisipela, uma infecção na pele. O advogado e assessor Fabio Wajngarten afirmou na rede social X (ex-Twitter), nesta terça-feira (7), que o político “passou bem a noite” e “continua realizando exames”.
Na segunda (6), o filho “03”, deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), afirmou que o ex-presidente seria transferido de Manaus (AM) para Brasília (DF)..
Bolsonaro deu entrada no Vila Nova Star também sentindo dor abdominal e passou por exames laboratoriais e de imagem. Para a erisipela na perna esquerda, está recebendo medicação antibiótica endovenosa, segundo boletim médico.
No domingo (5), o ex-chefe do Executivo publicou que estava internado em Manaus (AM), informando o diagnóstico. Bolsonaro disse que vinha sentindo incômodos desde sexta (3). Estava no Norte para lançamento de candidaturas do PL nas eleições municipais de 2024.
Saúde de Bolsonaro
Desde o atentado em 2018, quando sofreu uma facada em evento de campanha, a saúde de Bolsonaro tem sido objeto de atenção. O episódio causou lesões graves nos intestinos, levando-o a passar por cirurgias de emergência e corretivas desde então, incluindo a correção de uma hérnia abdominal decorrente de operações anteriores.
Em fevereiro, Bolsonaro foi ao Hospital Vila Nova Star, em São Paulo, para exames. Na ocasião, descartou-se a necessidade de nova cirurgia.
Relembre o histórico de procedimentos de Bolsonaro:
6 de setembro de 2018 — Leva a facada e faz primeira cirurgia em hospital de Juiz de Fora (MG);
12 de setembro de 2018 — Em São Paulo, Bolsonaro passa por uma segunda cirurgia para desobstrução do intestino;
28 de janeiro de 2019 — Realiza cirurgia para retirada da bolsa de colostomia colocada após facada;
8 de setembro de 2019 — Ex-presidente é submetido a uma nova cirurgia para corrigir uma hérnia na cicatriz de uma operação anterior;
10 de dezembro de 2019 — Bolsonaro é submetido a um procedimento para remoção de lesões na face e na orelha, além de crioterapia em lesões no tórax e no antebraço, provocadas pela exposição solar;
30 de janeiro de 2020 — É internado em Brasília para exames e faz uma vasectomia, procedimento utilizado por homens que não desejam mais ter filhos; o Planalto não emitiu nota oficial confirmando a operação;
25 de setembro de 2020 — Submetido a um procedimento para retirada de uma pedra na bexiga;
14 de julho de 2021 — Internado com dores abdominais, depois de dias com uma crise de soluço;
3 de janeiro de 2022 — Dores abdominais o levam a ser internado mais uma vez; é diagnosticado com obstrução no intestino. Não foi operado;
11 de setembro de 2023 — Bolsonaro é submetido a cirurgias de desvio de septo, hérnia de hiato e uma correção das alças intestinais;
6 de maio de 2023 — Após passar mal por quadro de infecção na perna e sentir dores abdominais, é encaminhado de Manaus (AM) para São Paulo (SP).
O que é erisipela?
Trata-se de uma forte irritação cutânea causada por bactérias que entram no corpo, normalmente, ao ter contato com feridas ou lesões superficiais. Causada pela Streptcoccus pyogenes, a infecção tem cura quando o tratamento é iniciado rapidamente com antibióticos orientados pelo clínico geral ou dermatologista. Entretanto, em alguns casos, a doença pode voltar a surgir ou pode mesmo tornar-se crônica, sendo mais difícil de tratar.
Não é a primeira vez que o ex-presidente é internado por causa da erisipela. Em 2022, ele havia enfrentado um episódio com o mesmo problema de saúde.
Contagiosa: em alguns casos, se o paciente não realizar os devidos cuidados com as feridas, a bactéria pode ser transmitida para outras pessoas por contato direto.
Entre os sintomas estão pele inchada, brilhante, vermelhidão intensa, sensação de queimação na região afetada, aumento da sensibilidade, bolhas e escurecimento da região em casos mais graves. Além disso, alguns sintomas, como febre alta, calafrios, mal-estar geral, dor de cabeça, náuseas e vômitos, geralmente surgem dias antes do aparecimento das lesões.
Se não for tratada rapidamente, é possível que as bactérias causem acúmulo de pus, necrose ou atinjam a circulação sanguínea, provocando infecção generalizada, o que pode colocar a vida em risco.