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Bolsonaro e Guedes - Foto: Isac Nóbrega/PR/Arquivo
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terça-feira 8 de março de 2022 às 11:36h

Bolsonaro mira reeleição com ‘economia de guerra’

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Segundo o jornalista Luiz Carlos Azedo, no Correio Braziliense, o presidente Jair Bolsonaro (PL)  deve adotar medidas econômicas de caráter populista, agora com a narrativa de que é preciso mitigar os efeitos da crise internacional com uma “economia de guerra”. Além de se beneficiar da polarização com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que esvazia a chamada terceira via — cujos candidatos não decolam nem desistem, muito menos se unificam —, Bolsonaro aposta na retomada gradativa dos empregos; no efeito dos programas sociais de transferência de renda, como o Auxílio Brasil; e no fim da pandemia de covid-19, graças à vacinação que tanto combateu.

A Quaresma, que começou em 2 de março, quarta-feira de cinzas, e só termina no Domingo de Ramos, em 14 de abril, politicamente, é um período de grandes definições. Por causa da janela para a troca de partidos e do fim do prazo de desincompatibilização para quem pretende ser candidato, como os governadores de São Paulo, João Doria (PSDB), e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), que flerta com o PSD, embora o grupo que o apoiou nas prévias ainda aposte na desistência do tucano paulista.

No momento, o núcleo político do governo — principalmente o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, e o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) — trabalha intensamente para dobrar a resistência do ministro da Economia, Paulo Guedes, e promover uma mudança radical na política de preços da Petrobras. Bolsonaro já aderiu à tese e, ontem, sinalizou que isso está decidido. Em entrevista à Rádio Folha, de Roraima, adiantou que o governo vai mesmo acabar com a paridade de preços do petróleo com o mercado internacional por causa da guerra.

“Agora, tem uma legislação errada feita lá atrás, que você tem a paridade com o preço internacional, ou seja, o que é tirado do petróleo, leva-se em conta o preço fora do Brasil, isso não pode continuar acontecendo. Estamos vendo isso aí sem mexer, sem nenhum sobressalto no mercado, e está sendo tratado, hoje à tarde, em mais uma reunião”, disse.

A Petrobras paga pelo barril de petróleo o mesmo preço cobrado no mercado internacional, o que evita perdas, e ainda lucra vendendo óleo para o exterior. O repasse dos aumentos de preços, como os que estão acontecendo agora, acabam impactando não só o bolso de quem abastece seu veículo, mas o da população em geral, porque o preço do combustível acaba incorporado aos custos dos demais bens e serviços, provocando mais inflação.

Ontem, o preço do barril de petróleo do tipo Brent, referência internacional, saltou 18% e chegou a ultrapassar US$ 139, seu nível mais alto desde 2008, quando atingiu US$ 147,50, em julho. Para repassar esse aumento, a Petrobras teria de elevar em 50% o preço dos combustíveis. “A população não aguenta uma alta por esse percentual aqui no Brasil”, afirmou Bolsonaro.

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