O presidente Bolsonaro vai usar as formaturas dos cursos das Forças Armadas, informa Bela Megale, para passar a imagem de que os militares seguem na sua base de apoio, apesar das dissidências que ocorrem na cúpula do grupo. Generais como Santos Cruz e Rêgo Barros, que integraram o governo, despontam hoje como ferrenhos críticos ao antigo chefe.
O plano de Bolsonaro, segundo seus auxiliares, é comparecer ao maior número de formaturas possível, que acontecem entre o fim de novembro e início de dezembro, para fazer fotografias rodeado por militares e mostrar que tem musculatura nas Forças Armadas em diferentes níveis, de oficiais a praças.
Nos bastidores, porém, até militares do Palácio do Planalto relatam que o desgaste do presidente no segmento foi grande. Os motivos apontados para isso são a aliança com o centrão e o abandono das pautas de combate à corrupção. A avaliação é que o ex-juiz Sergio Moro seria o nome com mais chances de atrair os militares desapontados com o presidente.
Não por acaso, o general Santos Cruz se filia nesta quinta-feira ao Podemos, partido de Moro. Além de concorrer a uma vaga no Congresso, ele atuará como principal ponte entre o ex-juiz e as Forças Armadas.