O presidente Jair Bolsonaro gravou vídeo em que pede doações de campanha depois de ser convencido por aliados a entrar em campo em busca de recursos para a reeleição. Na semana passada, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, havia comunicado a aliados que o presidente havia topado a pedir doações para a campanha de reeleição. O vídeo foi gravado nesta terça-feira.
Na gravação, Bolsonaro diz que o partido “cresceu muito” e que precisa dos recursos para fazer a legenda crescer ainda mais. O presidente afirma também que “não interessa” a quantidade doada, e que “interessa é que venha do coração”.
— O nosso partido cresceu e muito, e nós precisamos, obviamente, de recursos para fazer que o partido cresça cada vez mais […] Não interessa quanto você possa doar, interessa é que venha do coração para o bem do nosso Brasil — diz Bolsonaro na gravação.
Bolsonaro vinha resistindo a pedir doações, mas teria sido convencido a se engajar pessoalmente na missão após apelos do núcleo duro da campanha.
Em outra frente para aumentar a arrecadação, aliados têm pedido a artistas para gravar vídeos estimulando a doação. Já enviaram vídeos o humorista Pedro Manso, o cantor Amado Batista, o ator David Cardoso Jr. e o cantor Netinho, cantor baiano. A expectativa é que artistas do sertanejo também se engajem e com isso estimulem empresários do agronegócio a também a participar. A mobilização está sendo feita pelo empresário Uugton Batista.
Embora hoje tenha a maior bancada na Câmara, com 77 deputados, o PL tem apenas a sétima maior fatia do fundo eleitoral, com R$ 283,22 milhões. O valor é considerado insuficiente por dirigentes da legenda para bancar todas as campanhas. Por isso, apostam nas doações de pessoas físicas para complementar o caixa.
Como mostrou O GLOBO em maio, o PL lançou iniciou em seus sites uma campanha de doação ao partido via PIX, mas, segundo integrantes do partido, não houve o engajamento esperado. De acordo com aliados, potenciais doadores esperam a abertura da conta da candidatura de Bolsonaro para fazerem doações diretas.
Apesar de as campanhas não estarem oficialmente liberadas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) permite que partidos arrecadem e o dinheiro, a partir de agosto, seja utilizado para custear gastos dos candidatos como viagens, eventos e peças de propagandas.
A modalidade de arrecadação direta ao parceiro é um complemento ao uso de plataformas de crowndfunding diretamente para a campanha de Bolsonaro. As empresas de “vaquinhas virtuais” ficam com um percentual da arrecadação. Com o PIX, o dinheiro cai diretamente na conta do partido