O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição pelo PL, dominou a agenda política ao encontrar os governadores dos três principais colégios eleitorais do País e receber manifestações públicas de apoio no segundo turno. Em eventos em série, o postulante a mais um mandado à frente do Palácio do Planalto reuniu Romeu Zema (Novo-MG), Cláudio Castro (PL-RJ) e Rodrigo Garcia (PSDB-SP), com pronunciamentos ao vivo em televisões e fotos para campanha, informa o Estadão.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, recebeu a adesão do PDT. Candidato derrotado em quatro disputas presidenciais, Ciro Gomes seguiu o partido e divulgou um vídeo para endossar o apoio, mas não citou o petista nominalmente. O Cidadania também anunciou voto em Lula.
Sem fotos do ex-presidente com Ciro ou Simone Tebet (MDB), terceira colocada na eleição, a onda de apoios à direita fez Bolsonaro largar à frente nas alianças. A região Sudeste, com pouco mais de 40% dos eleitores, é fundamental para a definição do vitorioso no dia 30, e em Minas Bolsonaro ficou atrás do petista.
O primeiro evento foi com Zema, no Palácio da Alvorada. O governador, que já havia indicado adesão a Bolsonaro, disse que sempre dialogou com o presidente e afirmou que neste momento era preciso colocar as divergências de lado. “Acredito muito mais na proposta de Bolsonaro que na do adversário”, afirmou ao declarar endosso a Bolsonaro.
Zema criticou o governo de Fernando Pimentel (PT), seu antecessor. “Foi uma gestão desastrosa que arruinou o Estado de Minas”, disse. “É só perguntar para qualquer prefeito de Minas Gerais o estrago que o PT fez no Estado”, disse o governador reeleito.”
Bolsonaro definiu o apoio como “essencial” e “decisivo”. “Dizem que só quem ganha em Minas pode chegar à Presidência da República. Mais que bem-vindo, o apoio do Zema é essencial e decisivo para minha reeleição.”
Já no Palácio do Planalto, Castro, que já era aliado político do presidente, disse que o Rio vai ser a “capital da vitória”. “Não preciso lhe franquear o meu apoio porque isso o senhor já tem desde sempre. Mas (devo) dizer aqui que o Rio de Janeiro vai se superar, já tivemos mais de 800 mil votos de diferença e, agora, vamos sacramentar a vitória”, afirmou.
Depois do almoço, foi a vez de Garcia anunciar que vai atuar pela campanha de Bolsonaro. Derrotado na corrida pelo Palácio dos Bandeirantes, Garcia foi até o Aeroporto de Congonhas conversar com o presidente e anunciar “apoio incondicional”. “Esse apoio do Rodrigo é muito bem-vindo, agradeço de coração. Ele já tinha um amigo e vai ter um melhor amigo ainda para propostas que ele porventura queira sugerir para o nosso governo”, disse Bolsonaro.
Garcia disse ainda que enxerga na candidatura do ex-ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas (Republicanos) “não só um bom trabalho, mas condição de evitar que PT ganhe em São Paulo”. O governador destacou que seu apoio é uma decisão pessoal, não partidária.
Rodrigo, porém, chegou a ser esnobado. “Vamos estar no palanque juntos? Não. Mas vamos ter adesões do PSDB porque faz sentido”, afirmou Tarcísio, mais cedo, em reunião que confirmou a adesão do PP à sua candidatura.
Pegos de surpresa, aliados de Garcia creditaram a declaração ao ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD e um dos coordenadores da campanha de Tarcísio. Após vários anos de aliança, Kassab virou desafeto de Garcia.
Como mostrou o Estadão, o deputado federal Cezinha de Madureira (PSD-SP), um dos coordenadores da campanha de Tarcísio, afirmou que Garcia negociou com Bolsonaro espaço par tucanos em um eventual governo paulista. O PSDB vai deixar o Bandeirantes após 28 anos de domínio.