O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) usou segundo Luísa Marzullo, um colete à prova de balas durante sua visita à Agrishow, maior feira agrícola do país, em Ribeirão Preto (SP). De acordo com apoiadores, trata-se de uma medida de segurança aderida pelo antigo chefe do Executivo principalmente após a facada sofrida durante a campanha de 2018 em Juiz de Fora (MG).
Enquanto candidato à Presidência, Bolsonaro recebeu um golpe de faca no abdômen no momento em que era carregado nos ombros por simpatizantes. Já à época, o presidenciável fazia uso do adereço em algumas agendas, mas estava sem colete no momento do ataque. Em junho de 2018, por exemplo, durante entrevista ao GLOBO, Bolsonaro vestiu a peça no calçadão da Barra da Tijuca, bairro onde morava na cidade do Rio de Janeiro.
Ao longo de seu mandato e na campanha de 2022, o então presidente esteve de colete na maior parte dos eventos com multidão, como no dia de sua posse. Em 2019, o Palácio do Planalto chegou a orientar explicitamente que o chefe do Executivo fizesse o uso da peça.
Nesta segunda-feira, Bolsonaro foi à Agrishow acompanhado do governador de São Paulo Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos), onde fez acenos a parte do agronegócio e criticou o governo Lula (PT). A ida do ex-presidente ao evento provocou uma crise entre a organização da feira e o Planalto: o ministro da Agricultura Carlos Fávaro afirmou que foi “desconvidado” da cerimônia de abertura, posteriormente cancelada.
O ex-presidente chegou ao interior de São Paulo na tarde deste domingo e foi recepcionado por centenas de pessoas nos arredores do aeroporto e por parlamentares do PL, como os deputados federais Mario Frias, Ricardo Salles, Paulo Bilynsky, além do deputado estadual Gil Diniz.
Na noite de domingo, Bolsonaro compareceu a um jantar, organizado por um empresário do agronegócio. Lá, Bolsonaro esteve ao lado de Salles e apoiadores. Segundo o parlamentar, o grupo reunido no jantar pediu, inclusive, que Bolsonaro voltasse a se candidatar à Presidência nas eleições de 2026.
O ex-presidente, no entanto, corre o risco de ficar inelegível, já que vai enfrentar a Justiça Eleitoral no processo sobre os ataques ao sistema eleitoral durante reunião com embaixadores no Palácio da Alvorada, em julho do ano passado.