Demitido do Ministério da Cidadania, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) pode se tornar solução do governo para melhorar a interlocução com o Congresso.
O presidente Jair Bolsonaro entregará a ele a liderança do governo na Câmara, segundo aliados do Palácio do Planalto ouvidos pela reportagem. Caso confirmado, ele substituirá o deputado Vitor Hugo (PSL-GO), que exerce atualmente a função. Nos últimos dias, o chefe do Executivo consultou parlamentares e auxiliares sobre a possibilidade. A assessoria de Vitor Hugo nega a mudança.
Segundo o jornal Estadão, além de Vitor Hugo, são atualmente escalados para exercer a função os senadores Eduardo Gomes (MDB-TO), líder no Congresso, e Fernando Bezerra (MDB-PE), no Senado. Eles trabalham em contato constante com o ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, articulador político do Palácio do Planalto.
O líder do governo tem papel fundamental na negociação de projetos de interesse do Executivo no Congresso e, em alguns casos, ganham status semelhantes a de um ministro pela linha direta que possui com o presidente. O ex-senador Romero Jucá (MDB-RR), por exemplo, se tornou célebre ao exercer o cargo nas gestões dos últimos três presidentes – Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer – e antecipar medidas e decisões do governo.
A ideia de Bolsonaro em escalar Terra seria dar a ele esse mesmo status, com a vantagem de ter um parlamentar experiente na função – o ex-ministro da Cidadania está em seu quarto mandato na Câmara. Gomes e Vitor Hugo, por sua vez, são iniciantes nos cargos que atualmente exercem.
Vitor Hugo é tido como um nome com pouca interlocução com as lideranças da Casa. De perfil técnico e de primeiro mandato, tem pouco traquejo político, raramente teve voz nas principais decisões do Parlamento no ano passado. É, no entanto, um homem de confiança de Bolsonaro e chegou a se fortalecer recentemente ao articular a liderança do PSL para Eduardo Bolsonaro.