O presidente Jair Bolsonaro editou na noite da última sexta-feira (20) uma medida provisória e um decreto que garantem ao governo federal a competência sobre a circulação interestadual e intermunicipal. A medida é uma respostas às ações tomadas por governadores, em especial ao do Rio, Wilson Witzel (PSC), e ao de São Paulo, João Doria (PSDB), no combate à pandemia do coronavírus.
Por meio da MP 926/2020, Bolsonaro definiu o que são serviços públicos e atividades essenciais, aquelas que não podem ser paralisadas, pois, segundo a medida, “colocam em perigo a sobrevivência, a saúde ou a segurança da população” A medida provisória e o decreto têm força de lei que já estão em vigor.
Entre os serviços essenciais estão os relacionados à assistência de saúde e o transporte intermunicipal, interestadual e internacional de passageiros, além do transporte por aplicativo. O decreto fala ainda da importância de garantir o transporte de “cargas de qualquer espécie que possam acarretar desabastecimento de gêneros necessários à população”. A medida determina que restrições de trânsito sejam embasadas em fundamentação técnica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Desde o início do aumento de casos de Covid-19 no país, Bolsonaro tem feito oposição a seus ex-aliados Witzel e Doria (PSDB), que começaram a tomar medidas para diminuir a circulação de pessoas, enquanto o presidente trata o assunto como “histeria”.
Na sexta-feira, 20, Bolsonaro subiu o tom contra Witzel diante da intenção do governador fluminense em interromper os voos no estado, assim como fechar as fronteiras do Rio de Janeiro. O presidente voltou a afirmar que a regulamentação sobre o setor aéreo e o transporte de cargas e passageiros pertence ao governo federal. “Parece que o Rio de Janeiro é outro país”, provocou.
Neste sábado, o governo do Estado de São Paulo decretou a instalação de uma quarentena obrigatória de 15 dias a partir da próxima terça-feira 24 para frear a pandemia de coronavírus. Segundo o governador João Doria, todos os serviços não essenciais devem fechar as suas portas até 7 de abril, com a possibilidade de prorrogação.