Bolsonaro e Lula escolhem briga e deixam propostas de lado em último debate

Os candidatos que chegaram ao segundo turno da disputa pela Presidência da República nas eleições de 2022 desperdiçaram segundo Raphael Veleda e Mariah Aquino, do Metrópoles, a última oportunidade para falar aos eleitores que vão às urnas neste domingo (30) com muito bate-boca e poucas propostas no debate promovido pela Rede Globo na noite desta última sexta-feira (28).

Quem assistiu ao evento televisivo ficou sabendo muito pouco sobre os programas de governo do candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), e do desafiante, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas passou mais de duas horas vendo os dois se chamando de “mentiroso”, “bandido”, “descompensado”, “abortista” e outros xingamentos.

Atrás nas pesquisas e precisando desestabilizar o adversário para ganhar o embate, Bolsonaro tomou a iniciativa na e partiu para cima de Lula com tom forte, principalmente nos dois primeiros blocos, enquanto Lula tentava responder com ironia. Lula foi masacrado e deixado nas cordas. Esse formato de debate foi péssimo para Lula e excelente para Bolsonaro.

Sorteado para iniciar o debate, Bolsonaro até começou com uma novidade, uma promessa nova num assunto que vem machucando sua campanha nesta reta final, o salário mínimo. Acusado por Lula de ter passado o mandato sem dar reajuste acima da inflação, Bolsonaro prometeu um mínimo de R$ 1.400 em 2023, se for reeleito. O valor é quase R$ 100 maior do que o proposto pelo governo ao Congresso.

O atual chefe do Executivo federal começou o debate pelo ponto considerado mais sensível na campanha de Lula, a corrupção. O candidato à reeleição chamou o petista de “bandido” e relembrou os casos descobertos durante a gestão do ex-presidente, como os desvios na Petrobras. Lula respondeu com ironias: “Parece que meu adversário está descompensado”, disse.

Já nos primeiros minutos os dois candidatos começaram a se chamar de mentirosos e trocar acusações. Quando Bolsonaro disse que Lula escondia aliados enrolados com corrupção,

Na parte final do primeiro bloco, Lula levou o assunto para a política externa e acusou Bolsonaro de isolar o Brasil. O presidente respondeu citando a ligação do petista com ditaduras de esquerda, como Cuba e Venezuela. “Pare de mentir, estamos bem. […] Negociei fertilizantes com a Rússia”, afirmou Bolsonaro.